Discotecas
Young Gods de volta a Portugal recordam concerto na Broadway em Coimbra
A banda suíça Young Gods está em Portugal para dois concertos em que, 23 anos depois, regressam aos dois primeiros títulos da sua discografia e, dessa forma, ao início da sua relação intensa com os palcos portugueses.
O vocalista Franz Treichler ainda recorda que, em 1990, tocou em Lisboa, “num cinema grande, com os Mão Morta na primeira parte”, e em Coimbra, “numa discoteca muito anos setenta, quase sem palco”. Eram o cinema Alvalade e a discoteca Broadway, os primeiros dois espaços a receber os Young Gods, que traziam no alinhamento os dois primeiros discos, “The Young Gods” e “L’Eau Rouge”.
São estes dois títulos, de uma discografia de 13 álbuns de estúdio, que os Young Gods vão explorar nos concertos que dão hoje em Lisboa, na TMN ao Vivo, e sábado no Porto, no Hard Club. Com Franz Treichler, vem Cesare Pizzi, que regressou à banda depois de ter participado no primeiro disco há 25 anos, e Bernard Trontin, na bateria.
A saída Al Comet da banda, não se sabe se temporariamente, e o regresso de Cesare Pizzi, que tinha voltado a fazer música depois de 20 anos de interregno, associado ao 25.º aniversário do primeiro disco, foram o pretexto para uma digressão a que não podia faltar Portugal.
“Portugal com a Inglaterra e a Suíça foram os três países com os quais, desde o início, tivemos fortes ligações”, lembrou à Lusa Franz Treichler que acrescentou que, pare ele, era “importante regressar, mostrar às pessoas de onde começámos, dizer-lhes obrigado e – quem sabe? -, se calhar, adeus”.
A vinda da banda a Portugal, em maio de 1990, foi proporcionada por dois fãs que decidiram promover os concertos e, desde aí, passaram a ser uma presença regular em festivais e mesmo em concertos das queimas das fitas.
Franz Treichler tem duas explicações possíveis para esta relação intensa. “Uma é a música, com um conteúdo e uma energia que corresponde à alma do público português, e a outra é o facto de termos vindo naquela altura em que não era muito vulgar virem a Portugal tantas bandas estrangeiras”.
Há ainda uma outra explicação para o impacto que a banda teve então – o som inovador que representaram para o rock os Young Gods, com a utilização dos samplers e de sons estranhos, menos vulgares, nos seus temas.
“Eu costumava tocar numa banda com instrumentos normais, como baixo, guitarra e bateria, e quando o sampler se tornou democraticamente acessível, deixei de tocar guitarra e fiquei muito interessado em fazer música com estas máquinas-instrumentos, por isso estava muito consciente de que poderia ser um elemento de surpresa”, lembrou Franz Treichler, à Lusa.
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