A organização ambientalista WWF Portugal classifica a estratégia apresentada pelo Governo para a gestão da água como “megalómana e apressada”, sem apoio e acordo prévio de outros partidos, dos municípios afetados e das organizações da sociedade civil.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro apresentou no domingo em Coimbra uma estratégia para a gestão da água, intitulada “Água que Une”, que terá um investimento estimado de cinco mil milhões de euros até 2030.
Em comunicado, a WWF Portugal considera que a estratégia está “em contraciclo com a estratégia da União Europeia” que visa assegurar mais conectividade dos rios, nomeadamente eliminando barreiras fluviais obsoletas.
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A estratégia apresentada pelo Governo compreende a construção de mais barragens.
Catarina Grilo, diretora de Conservação e Políticas da organização, disse, citada no comunicado: “Esta é uma estratégia que se pretendia estruturante, que exige um consenso alargado e um compromisso de longo prazo, algo que não está garantido”.
A WWF Portugal refere ainda que há uma concentração de investimento nas infraestruturas de regadio que sugere “uma aposta desproporcional e que desconsidera os impactos sociais e ambientais dessa opção e os riscos económicos inerentes”.
A organização considera também alarmante que o Governo esteja a propor um pacote de investimentos de cinco mil milhões de euros sem garantir a viabilidade financeira do plano.
E apela a que a estratégia seja revista e que sejam corrigidas as fragilidades.
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