Desporto
Volta a Portugal:”Dificilmente” haverá alguém mais feliz do que João Matias
João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) assumiu hoje a derrota na luta pela classificação por pontos, mas defendeu que “dificilmente” algum outro ciclista estará tão feliz pelo desempenho na 83.ª Volta a Portugal.
“Definitivamente está perdida. Não foi só quando cheguei aqui [que percebeu]. Vinha a dois quilómetros da meta e o Xavier Silva vinha comigo no carro e disse-me que o Scott [McGill] tinha sido terceiro na etapa. Não tenho nada a dizer. Caio de pé, só posso estar satisfeito com a Volta a Portugal que fiz e estou a fazer. Parabéns a ele, à Wildlife [Generation]”, declarou.
Assim que concluiu a oitava etapa, em Fafe, o ciclista de Roriz (Barcelos) espreitou a folha distribuída na meta, com a classificação provisória, e o seu rosto ‘denunciou’ toda a desilusão que sentiu, uma vez que o norte-americano tem 190 pontos e 22 de vantagem, uma ‘margem’ inalcançável – seria preciso o português vencer não só todas as metas volantes da nona tirada, como no alto da Senhora da Graça ou no contrarrelógio.
“Só quero que esta Volta termine, que estou super satisfeito, e ir para casa, para a beira da minha família, da minha mulher e poder descansar um pouco a cabeça, porque têm sido dias muito complicados, mas que me vão deixar marca de certeza para o futuro”, disse aos jornalistas.
Apesar da ‘derrota’ na luta pela vitória final na classificação por pontos, Matias vai sair da Volta satisfeito com tudo o que viveu nos últimos dias.
“Eu até esta Volta, nunca tinha feito melhor do que terceiro lugar [em etapas]. Por isso, ganhar duas, fazer segundo… esta luta toda, todo o destaque que tenho tido, de certeza que sou um dos vencedores desta Volta. Se calhar, dificilmente, mesmo o Frederico [Figueiredo], que está de amarelo, estará mais feliz do que eu”, defendeu.
O ‘capitão’ da Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados confessou ainda não ter “muita noção” do que alcançou nesta Volta a Portugal.
“Pegar no telemóvel ao fim do dia e estar carregado de mensagens, de notificações… não consigo dar vazão a tudo. Tudo isto é uma pressão enorme, mas acho que tenho lidado muito bem. Nós, ciclistas, trabalhamos é para isto. Se isto está a aparecer, é porque estamos a dar cartas”, notou.
Com apenas duas etapas por disputar na 83.ª edição, Matias já só pensa em “ter um bocado de sossego e poder descansar também”, antes de ser pai de Dinis, em setembro.
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