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Violinista conimbricense destaca o “redobrado interesse” da China pela música clássica ocidental

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 25-09-2023

 O violinista português Carlos Damas destacou hoje o “redobrado interesse” do público chinês pela música clássica ocidental, após concluir uma digressão por oito cidades chinesas, à medida que o país retoma intercâmbios culturais com o exterior.

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“Senti redobrado interesse: houve boa receção aos concertos e bastante público”, descreveu o violinista à agência Lusa. “Pensei que neste reinício de atividade pudesse haver menos público, mas a adesão foi excelente”, contou.

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Nascido em 1973, em Coimbra, Carlos Damas terminou no sábado a sua segunda grande digressão pelo país asiático, que incluiu concertos em Pequim, Jilin, Dalian, Shijiazhuang, Yingkou, Nanchang, Xiamen e Hangzhou. O músico foi acompanhado pelo pianista italiano Mauro Dilema.

A dupla tocou um reportório composto por obras dos compositores Clara Schumann, César Franck, Félix Mendelssohn e várias miniaturas de compositores chineses para violino e piano.

A lotação das salas onde Carlos Damas e Mauro Dilema tocaram oscila entre os 1.000 e os 1.500 lugares.

A China manteve as fronteiras praticamente encerradas ao longo de quase três anos, no âmbito da política de ‘zero casos’ de covid-19. Quem chegava ao país tinha de cumprir um período de quarentena, que chegou a ser de três semanas, em instalações designadas. O número de voos internacionais foi reduzido até 2% face ao período anterior à pandemia.

A estratégia resultou num hiato de concertos e espetáculos no país por músicos e artistas estrangeiros.

“O agente com quem trabalho [na China] diz que eu fui o primeiro a voltar no plano de atividades dele”, explicou Carlos Damas.

O violinista português, que se estreou como solista na China em 1997, observou, no entanto, que as “condições estão cada vez melhores”.

“Nesta digressão toquei em salas muito superiores às que toquei da primeira vez que estive na China”, descreveu. “Uma coisa que me impressionou foi a organização: muito eficazes, não faltou nada”.

Damas, que já viveu em Macau, lembrou ainda que é comum as famílias chinesas porem os filhos a aprender um instrumento ocidental.

“É uma questão social”, disse.

Questionado sobre a alegada falta de criatividade dos músicos chineses, Carlos Damas concordou que, “no geral, são bastante mais técnicos do que musicais”, mas “é óbvio que há também alguns músicos com enorme criatividade e musicalidade”.

“Há de tudo na China”, realçou. “É um país enorme”.

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