Região
Vinha pode ajudar Pampilhosa da Serra face às alterações climáticas
A adaptação do município da Pampilhosa da Serra às alterações climáticas pode passar pela plantação de vinhas nalgumas encostas do vale do Zêzere, defendeu hoje o vice-presidente da Câmara, Jorge Custódio.
“À semelhança da região do Douro, verificamos que o concelho de Pampilhosa da Serra tem potencial vitivinícola”, adiantou Jorge Custódio à agência Lusa, à margem de uma sessão pública que decorre na tarde de hoje, no Auditório Municipal.
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O autarca falava a propósito da apresentação, neste município do interior do distrito de Coimbra, de um estudo da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) segundo o qual a introdução da vinha é uma das opções para criar áreas de descontinuidade florestal e reforçar a capacidade de prevenir e travar a propagação dos incêndios.
“Foi sinalizada uma determinada área em volta da aldeia da Travessa e os investigadores procuraram saber quais as castas de vinha que melhor se adaptam ao território”, disse.
Numa segunda fase, segundo Jorge Custódio, “já a apontar caminhos”, vai haver necessidade de “envolver os diversos proprietários” no projeto, para depois serem plantadas videiras e produzir vinho numa eventual adega cooperativa a criar para o efeito, na freguesia de Portela do Fojo-Machio.
Integrada no Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas, da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, a iniciativa tem em conta a previsão de “um aumento das condições propícias para a ocorrência de incêndios rurais nesta área especifica do território”.
De acordo com uma nota da CIM, liderada pelo presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, a preparação da Pampilhosa da Serra acaba por constituir “uma oportunidade para a implementação de novas culturas que promovam a descontinuidade florestal e estabeleçam um novo modelo de paisagem” no vale do rio Zêzere, num município onde, em termos geológicos, predominam os maciços de xisto.
O estudo da equipa de investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra sobre o potencial vitivinícola do concelho está ainda a decorrer.
“Com este projeto, pretendemos criar valor económico para o concelho e para a região e aumentar a resiliência no território aos incêndios rurais. A escolha da vinha como um recurso para alcançar estes objetivos prendeu-se a alguns dos indicadores do plano, mas também ao histórico de algumas castas que no passado foram exploradas na Pampilhosa”, de acordo com a CIM da Região de Coimbra.
A proposta teve acompanhamento técnico do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e do Instituto da Vinha e do Vinho.
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