Economia
Vinha em socalcos vai avançar na Pampilhosa da Serra. Tinto ou branco?
No dia 26 de julho, foi assinado no Salão Nobre da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, o auto de consignação da empreitada de construção de patamares para vinha em socalcos, na parte sul do concelho de Pampilhosa da Serra, junto à localidade de Trinhão, freguesia de Portela do Fojo – Machio, na margem direita do rio Zêzere.
A intervenção contempla a “execução dos primeiros 25 hectares de vinha com o estatuto de Identificação Geográfica Protegida (IGP), de um total de 60 hectares de direitos de plantação concedidos pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), numa parcela de terreno com um total de 100 hectares, integralmente da propriedade do Município, constituindo-se como um projeto âncora da Operação Integrada de Gestão da Paisagem da Travessa (OIGP) da Travessa, que tem como Entidade Gestora a Florestgal, S.A., e que estrutura o processo de transformação da paisagem em mais 4000 hectares ao longo da bacia do Zêzere”, explicou Jorge Custódio, Presidente da Câmara Municipal.
Com um prazo de execução de 18 meses, a empreitada foi adjudicada à empresa Álvaro Feliciano De Sousa Branco – Unipessoal LDA., pelo valor de 745 mil euros, acrescidos de IVA, mobilizando investimento do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020) e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que contempla um financiamento global superior a 9 milhões de euros, que já teve parecer favorável em sede de Conferência Procedimental para a Operação Integrada de Gestão da Paisagem (OIGP) da Travessa.
Este é mais um avanço no árduo e longo processo do projeto de exploração vitivinícola previsto para a Área de Gestão Integrada da Paisagem (AIGP) da Travessa que já enfrentou uma exigente etapa técnica e administrativa, contemplando, entre outras diligências, o estudo de viabilidade económica, os estudos técnicos de engenharia, a identificação cadastral e a aquisição, registo e emparcelamento de centenas de parcelas de terrenos, com as respetivas escrituras com múltiplos proprietários, a par de um minucioso processo de consulta e contratação pública de serviços especializados para a execução desta desafiante empreitada.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio, a assinatura do auto de consignação representa um “pacto de esperança” e assume-se como um “momento de grande alegria”, dando o “pontapé de arranque relativamente a esta grande operação que se espera para aquela área e a um trabalho que muito em breve vai começar a ser notado”.
“Estamos a tentar transformar a paisagem florestal votada ao abandono num novo e dinâmico projeto agrícola. Nos últimos anos tem havido uma aposta forte de muitos proprietários na plantação de medronheiros e nós vamos tentar dar um novo impulso, fazendo com que a plantação de vinha em concreto possa também ser um caso de sucesso, para que porventura outros possam seguir-nos e fazer acontecer essa transformação”, acrescentou Jorge Custódio.
Recorde-se que a plantação de vinha em socalcos num território como o da Pampilhosa da Serra impõe a mobilização de capacidades de grande exigência técnica e operacional, que contemplam modelação de terreno, abertura de caminhos, infraestruturas de rega e drenagem, plantação, manutenção, gestão e exploração vitivinícola, que têm que estar salvaguardadas desde o início da intervenção.
A escolha desta área para a instalação da vinha parte de “Estudos de Viabilidade Técnico-económica para a Instalação de Vinha no Município da Pampilhosa da Serra”, elaborado pela Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) a pedido da CIM RC – Comunidade Intermunicipal da Região Coimbra, depois desenvolvidos e aprofundados com recurso a consultoria especializada nas áreas da agronomia, enologia, economia e da engenharia civil e florestal, entre outras.
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