Coimbra
VIDE que te quero VERDE conta consigo para plantar árvores
O Movimento de Cidadãos por Uma Estrela Viva vai realizar, no Sábado, 2 de Março, mais uma acção de reflorestação. Desta vez será em Vide (Seia), em parceria com a União de Freguesias local.
A concentração está marcada para as 14:30, no Largo da Feira, em Vide.
Após a recepção aos participantes serão formadas equipas de trabalho que rumarão aos terrenos a reflorestar.
Ao longo da tarde, com a ajuda de todos, o movimento espera plantar entre 400 a 500 medronheiros e quase uma centena de sobreiros numa das encostas sobranceiras à aldeia.
Serão ainda entregues cerca de uma centena de freixos e 150 carvalhos alvarinho a uma comunidade local e ao CISE, respectivamente, para plantação em data posterior.
No final, haverá lanche comunitário na sede da União de Freguesias de Vide e Cabeça.
Para participar basta preencher, até 28 de Fevereiro, o formulário de inscrição (gratuita)e comparecer, no dia 2 de Março pelas 14H30, no Largo da Feira (Vide).
É recomendável levar roupa e calçado adequado (ex: botas) bem como luvas de jardinagem.
A acção é aberta à participação de menores desde que acompanhados por adultos. Todavia, dada a inclinação do terreno, não é recomendável a participação de crianças pequenas ou de pessoas com dificuldades de locomoção.
A Freguesia da Vide, situada no vale da Ribeira de Alvoco (limite sul do concelho de Seia), na transição da Serra da Estrela para a Serra do Açor, é a freguesia mais afastada da sede de concelho e por isso sujeita a forte isolamento.
Ocupa uma vasta área (é a maior freguesia do Concelho de Seia) e, apesar da sua importância histórica (chegou a ser sede de concelho), tem vindo a perder população a ritmo acelerado ao longo das últimas décadas.
A este declínio não é alheia a substituição de uma economia rural baseada na produção agro-pecuária tradicional (oliveira, milho, centeio, batata) e na exploração da floresta nativa (castanheiro, sobreiro e azinheira – árvores originais, entretanto praticamente desaparecidas – mas também medronho e cogumelos) por uma economia baseada na monocultura de pinheiro bravo (para madeira e resina): o pinheiro bravo, que rapidamente se tornou a espécie dominante, tem entretanto vindo a ser severamente afectado por pragas (como o nemátodo) e, principalmente, pelo flagelo dos incêndios florestais (incluindo o de 2017) que assolam recorrentemente a região, deixando as encostas despidas, vulneráveis à erosão e ao repovoamento selvagem e desordenado por espécies invasoras e de fraco valor económico.
O Medronheiro é uma espécie autóctone da região e uma das espécies que constituem anfloresta primitiva da Península Ibérica.
Adapta-se bem a diferentes solos e climas (com preferência por solos siliciosos de montanha), resiste bem à seca, a altitudes elevadas e.. ao fogo (tem, aliás, grande capacidade de regeneração após incêndios).
O seu potencial económico é igualmente muito interessante, podendo o fruto ser consumido fresco ou usado, por exemplo, na produção da conhecida aguardente de medronho.
Na região da Vide, o medronheiro era, até meados do século XX, bastante abundante, desempenhando a recolha do seu fruto um papel importante para aeconomia local e para a subsistência das populações.
A produção anual de aguardente de medronho na região da Vide chegou a rondar os 60 000 litros e, ainda hoje, a apanha de medronho constitui uma actividade de relevo nalgumas aldeias da região.
A acção de reflorestação “VIDE que te quero VERDE” é organizada pelo Movimento de Cidadãos por Uma Estrela Viva em parceria com a União de Freguesias de Vide e Cabeça e o Conselho Directivo dos Baldios da Freguesia de Vide.
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