Coimbra
Victor Baptista pede intervenção de órgãos nacionais do PS para eleições em Coimbra
O ex-deputado Victor Baptista revelou hoje que solicitou a intervenção dos órgãos nacionais do PS, para que as eleições para a Federação de Coimbra tenham o mesmo tratamento de Viana do Castelo e abranjam os diferentes órgãos distritais.
“Considerando a delicada situação política nacional que vem desgastando o PS, solicito a intervenção dos órgãos nacionais, nomeadamente do Secretariado Nacional para se evitarem associar mais tensões internas e recursos que desgastam o PS. Apenas e só o que pretende é um tratamento semelhante ao aplicado à Federação do Partido Socialista de Viana do Castelo”, sublinhou Victor Baptista, numa carta enviada aos órgãos nacionais do partido, a que a agência Lusa teve acesso.
Em janeiro, o presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, que em novembro tinha sido reeleito líder do partido no distrito de Coimbra, demitiu-se do cargo, o que obriga a que sejam realizadas novas eleições.
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Na sequência desta demissão, Victor Baptista assumiu publicamente a sua intenção de ser novamente candidato a presidente da Federação, desde que se realizassem “eleições para todos os órgãos, como assim exigem os estatutos do PS”.
No documento enviado aos órgãos nacionais do PS, o economista evidenciou que o presidente da Mesa da Comissão Política e o Secretariado da Federação pretendem realizar eleições apenas para o presidente da Federação, “sem a obrigatoriedade de apresentação da Moção de orientação política, dado não quererem convocar eleições para delegados ao Congresso, o único Órgão consagrado estatutariamente com competência para apreciar e votar a Moção de orientação política”.
“Desejam eleger um presidente de Federação de faz de conta, violando os estatutos do PS, socorrendo-se da interpretação de conveniência do artigo 33º, entendem ser necessário deliberar a aprovação por dois terços dos membros da Comissão Política Distrital para convocarem o Congresso, quando este, no caso concreto, resulta de uma imposição consagrada no número 2, do artigo 32º”, criticou.
Victor Baptista aludiu ainda ao facto dos calendários e regulamentos eleitorais serem da competência da Comissão Nacional, no entanto, delegada no Secretariado Nacional, “para resolução rápida das situações desta natureza”.
“Aliás, em recente situação precisamente semelhante a Coimbra de demissão do presidente da Federação do PS, de Viana do Castelo, o camarada Miguel Alves, o secretariado Nacional do PS agendou a eleição para todos os Órgãos Federativos”, sustentou.
Há dois dias, o atual vice-presidente da Federação de Coimbra do PS, João Portugal, defendeu que a eleição para a liderança daquela estrutura distrital deve abranger apenas a presidência e não os restantes órgãos que estão em funções.
Também no mesmo dia, o presidente da mesa da Comissão Política da Federação de Coimbra do PS, Pedro Coimbra, disse que a realização de um congresso distrital extraordinário “não se justifica”.
A 11 de janeiro, Nuno Moita demitiu-se da liderança distrital do PS, justificando a decisão com o propósito de “proteger, defender e salvaguardar a imagem do partido”, após ser condenado a quatro anos de prisão, com a execução da pena suspensa, por participação económica em negócio quando desempenhava um anterior cargo público.
João Portugal, opositor de Nuno Moita na primeira eleição deste para a Federação, integrou em novembro uma candidatura conjunta com o ex-adversário, tendo assumido o lugar de vice-presidente da estrutura.
O antigo deputado João Portugal foi o segundo militante, depois de Victor Baptista, a anunciar que disputará a presidência do partido em Coimbra.
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