Coimbra

Vereadora de Coimbra não nega ter pressionado a favor da Cimpor autarcas de Brasfemes

Notícias de Coimbra | 5 minutos atrás em 11-12-2024

A vereadora da Câmara de Coimbra Ana Bastos não nega ter pressionado autarcas de Brasfemes a darem parecer favorável à implantação por parte da Cimpor de uma central fotovoltaica na serra do Alhastro.

A pressão terá ocorrido durante uma reunião com a participação de Ana Bastos, do líder da Junta de Brasfemes, João Paulo Marques, e do presidente da Assembleia de Freguesia, Ricardo Oliveira.

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Volvidos 14 dias úteis sobre a remessa de um requerimento à autarquia, esta permanece em silêncio.

Além de questionar em que fase de tramitação está o dossiê e de pedir pormenores com interesse público, o jornalista Rui Avelar perguntou se foi instaurado procedimento contraordenacional visando a empresa devido a supostos trabalhos de terraplenagem sem que, alegadamente, eles estivessem autorizados pela autarquia.

O requerente também questionou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra se não haverá conflito de interesses na medida em que José Manuel Silva, um irmão dele e Ana Bastos são membros de uma comissão constituída para acompanhar o cumprimento de um protocolo outorgado pela Cimpor e pela Junta da UF de Souselas e Botão.

Um parecer desfavorável aos painéis fotovoltaicos pretendidos pela Cimpor, emitido pela Junta de Freguesia de Brasfemes em Agosto de 2023, visa impedir “prejuízos inaceitáveis para o ordenamento e desenvolvimento local, com efeitos negativos nos usos dominantes e na qualidade ambiental, paisagística e funcional das áreas afectadas”.

Segundo o referido parecer, a pretensão da Cimpor colide com a implementação da denominada Rota das Orquídeas, projecto que a Junta de Brasfemes candidatou à obtenção de fundos provenientes da União Europeia.

De acordo com uma “memória descritiva e justificativa” inerente à implantação da Rota da Água e da Pedra e da Rota das Orquídeas, a cujo teor NDC teve acesso, a pretensão da Junta reflecte “a crescente procura por soluções de turismo de natureza e cultura”.

O projecto autárquico contempla a criação de dois percursos pedestres, que se sucedem ao longo de caminhos tradicionais existentes, disponibilizando à população e turistas um “contacto privilegiado com a natureza e uma maior consciência sobre a cultura e meio ambiente locais, bem como a dinamização dos desportos de natureza”.

Segundo Sérgio Forte, intérprete da natureza, ligado à “Milvoz, Associação de Protecção e Conservação”, a serra do Alhastro (ou Ilhastro) abrange “pontos de interesse importantes em matéria de biodiversidade”.

“Não sou contra os painéis solares, sou contra esta localização”, declarou Sérgio Forte a Notícias de Coimbra.

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