Coimbra
Verão que a Câmara não sabe onde é a praia do Choupal prometida para esta época estival
No dia 15 de Setembro de 2017, na abertura da “ponte pedonal e ciclável no Açude-Ponte”, Manuel Machado anunciou formalmente que ia criar uma nova praia fluvial do Choupal, “feita com a areia em excesso que está a ser retirada do leito do rio”.
No calor da campanha eleitoral, o entretanto reeleito presidente da Câmara de Coimbra garantia que a praia fluvial do Choupal iria ser construída com a areia dragada do leito do Mondego e teria, entre outros equipamentos, uma zona de piscina, que ia abrir no “próximo Verão”.
Como o “próximo verão” chegou no dia 21 de junho, Notícias de Coimbra quis saber onde é a praia que, de acordo com Manuel Machado, “para melhor usufruto do rio, para maior comodidade e por razões de segurança vai ter uma zona de piscina e vai ser acessível a todos”.
Lamentamos informar, mas não conseguimos encontrar a anunciada “praia vigiada em permanência e com todos os equipamentos complementares necessários, incluindo o acesso a pessoas com mobilidade reduzida”.
Depois de umas voltas pela beira-rio e pelo Google Maps, perdidos entre o Choupal e a Feira dos 23, resolvemos pedir ajuda para conhecer a infraestura que seria tão útil neste tempo tropical.
Solicitámos à Câmara Municipal de Coimbra que nos facultasse fotos, mapas ou coordenadas da localização da praia. A resposta da autarquia é clara como a água do rio nos anos em que não é turva: Neste momento ainda não é possível disponibilizar o que solicita. Só após a conclusão do desassoreamento e dos respetivos estudos”.
Mas como quem promete uma praia promete duas, Manuel Machado, adiantou, no dia 20 de junho, durante a cerimónia de hastear da Bandeira Azul 2018 na Praia Fluvial de Palheiros e Zorro, que vai nascer uma nova praia fluvial na zona do Rebolim, perto do Pólo II da Universidade de Coimbra.
“Estamos a estruturar a criação de uma outra praia fluvial, por fases, no sítio do Rebolim, de modo a que os recursos naturais do nosso território sejam usufruídos pela generalidade dos cidadãos”, afirmou.
Como a promessa é recente, não fomos procurar essa praia, pois este Rebolim nem no mapa está, mas quisemos saber onde vai ser implantada. A resposta da autarquia é igual: Neste momento ainda não é possível disponibilizar o que solicita. Só após a conclusão do desassoreamento e dos respetivos estudos”
Recordamos que o desassoreamento da albufeira do Mondego tem como objetivo repor a leito do rio ao nível que este tinha quando o Açude-Ponte entrou em operação em 1985.
“O seu reaproveitamento será feito na futura praia fluvial do Choupal, na reconstrução das margens e em zonas do rio com déficit sedimentar”, garantiu Manuel Machado nesse já distante 15 de Setembro de 2017.
O desassoreamento do Mondego em Coimbra deverá ficar concluído em Setembro de 2018, previu, em janeiro, a empresa responsável pelo empreendimento, que reduz para metade o prazo contratualmente previsto para a execução da obra, que é de dois anos.
A sociedade que está a proceder à extração de cerca de 700 mil metros cúbicos de sedimentos do leito do Mondego, numa extensão de cerca de 3,2 quilómetros, quer “devolver o rio à cidade tão cedo quanto possível”, prevendo ter a empreitada concluída em “setembro deste ano”, disse então Luís Corte Real, administrador da Mota-Engil.
Consignada em 11 de agosto de 2017, a dragagem entre a Ponte Rainha Santa Isabel (também conhecida por Ponte Europa) e o Açude Ponte tem o objetivo de “repor a geometria do projeto inicial”, com quase 40 anos.
“O produto da dragagem está a ser reposto a jusante do Açude Ponte”, em “locais predefinidos pelo projeto”, permitindo “eliminar fundões que têm dez metros de profundidade e que são perigosos”, refere Luís Corte Real.
Envolvendo um investimento da ordem dos quatro milhões de euros, comparticipado por fundos comunitários, o empreendimento de ‘Desassoreamento da albufeira do Açude Ponte de Coimbra’ está a retirar os sedimentos acumulados no leito do rio por repulsão direta (bombagem).
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