Coimbra
Vera Vera Mantero “apropriou-se” do arquivo do artista plástico Ernesto de Sousa e “mostra tudo” no TAGV
“As Práticas Propiciatórias dos Acontecimentos Futuros” é a nova peça da coreógrafa Vera Mantero inspirada na obra do artista plástico Ernesto de Sousa. Depois da estreia absoluta na Culturgest (Lisboa), segue-se a apresentação no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), esta sexta-feira, dia 8 de junho, às 21:30.
“Práticas propiciatórias de acontecimentos futuros” é aquilo que Ernesto de Sousa encontrou na arte popular.
No seu trabalho, Vera Mantero explora imagens e textos, além de materiais puramente coreográficos. Vera Mantero olha para os estudos de Ernesto de Sousa em torno da arte popular, cartografando as ligações possíveis (e impossíveis) entre arte popular e erudita, arcaica e contemporânea.
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Vera Mantero responde a um desafio lançado pela historiadora de arte Paula Pinto: criar um espetáculo a partir dos milhares de fotografias de escultura popular portuguesa que Ernesto de Sousa colecionou em viagens pelo país. A coreógrafa seguiu-lhe os passos, apropriou-se do arquivo e saiu-se com “As Práticas Propiciatórias dos Acontecimentos Futuros”.
Entre 1966 e 1968, Ernesto de Sousa, artista multidisciplinar, curador, realizador e crítico de arte, próximo do movimento Fluxus, recebeu uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer um levantamento fotográfico, à escala nacional, da escultura portuguesa de expressão popular.
Fotografou trabalhos e entrevistou artistas de norte a sul do país, demonstrando um interesse semelhante ao que outros pensadores e artistas da sua geração desenvolveram por “uma outra História da arte” ou até “antiarte”, recorda a Culturgest.
Paula Pinto, historiadora de arte e pesquisadora deste arquivo, propôs à coreógrafa Vera Mantero desenvolver uma apresentação performativa em torno deste material.
Vera Mantero viajou para alguns dos destinos visitados por Ernesto de Sousa, na sua viagem original, estudando as questões levantadas por este arquivo e iniciando em torno deste uma “pesquisa através do corpo e da ação”. Vera Mantero tem um longo histórico de trabalho com imagens, objetos, textos e outros materiais, “além dos puramente coreográficos, e explora, nestas práticas, os possíveis e impossíveis elos entre a arte popular e a arte erudita”.
“As Práticas Propiciatórias dos Acontecimentos Futuros”, esta sexta-feira, dia 8 de junho, no Teatro Académico de Gil Vicente. Os bilhetes custam entre os 7 e 5 euros (com desconto). A lotação é limitada.
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