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Venezuela sem resposta a pedidos de autorização de voos humanitários da TAP
A Venezuela não tem respondido aos pedidos de autorização para que a TAP realize voos humanitários entre Caracas e Lisboa, apesar de ter autorizado outras companhias, disse à Lusa o embaixador de Portugal em Caracas.
“Nós, a TAP e a nossa embaixada em nome da TAP, fizemos um pedido para dois voos humanitários em dezembro e dois voos humanitários em janeiro. O primeiro voo do mês de dezembro teria saído hoje. Infelizmente não se realizou porque as autoridades venezuelanas ainda não nos deram resposta, não obstante as insistências e os pedidos que temos feito para que permitam esses voos”, disse Carlos de Sousa Amaro.
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Segundo o diplomata, a embaixada tem argumentado que “a comunidade portuguesa é constituída por pessoas já mais idosas, com alguma dificuldade de mobilidade”.
A comunidade portuguesa da Venezuela “é também “constituída por uma larga percentagem de pessoas de origem madeirense, que pretendem ir passar o Natal com as suas famílias na Madeira e têm dificuldade em fazer voos longos e também os transbordos, várias vezes, até poder chegar” ao Funchal.
“O nosso pedido infelizmente até agora não tem sido atendido”, sublinhou o diplomata.
Questionado sobre qual poderá ser o motivo para tal situação, Carlos de Sousa Amaro frisou: “não faço a mínima ideia. A nossa Embaixada tem feito várias insistências, mas até agora não temos tido qualquer resposta”.
O embaixador explicou que ele próprio via passar o Natal com a família, a Portugal, e viajará via Istambul.
“No caso de alguém que vai para a Madeira, terá que ir até Istambul, o que são mais quatro horas e meia de voo até lá (12 horas em total) e depois mais quatro horas de voo até Lisboa, para além do voo entre Lisboa e o Funchal. Torna-se uma viagem bastante longa e muito cansativa, especialmente para pessoas já com alguma idade”, disse o diplomata.
Carlos de Sousa Amaro explicou que as alternativas são via Moscovo e via Punta Cana, mas que nenhuma delas “é tão boa como diretamente de Caracas para Lisboa ou de Lisboa para Caracas”.
Segundo o diplomata, há também muitos casos de pessoas que estão em Portugal, que têm família na Venezuela e que gostariam de ter viajado até Caracas para passar com eles o Natal e o Ano Novo.
Vários agentes de viagem, consultados pela agência Lusa, explicaram que a comunidade portuguesa local tem perguntado frequentemente pela retoma dos voos diretos a Portugal. Também que não entendem qual o motivo por que várias companhias foram autorizadas a fazer voos aéreos na época do Natal, nomeadamente entre Caracas e Madrid.
As “operações da aviação comercial, aviação geral e privada” continuam restringidas na Venezuela, uma medida que segundo o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) tem a ver com o cumprimento das diretrizes do Governo para “garantir a saúde dos cidadãos que residem no país, através de políticas que permitam atenuar os efeitos gerados pela pandemia da covid-19”.
Segundo o INAC “de maneira excecional, são autorizadas as operações aéreas comerciais para o transporte de passageiros, carga e correio entre a Venezuela e os países irmãos da Turquia, México, Panamá, República Dominicana, Bolívia e Rússia”.
A imprensa venezuelana deu conta que as autoridades venezuelanas autorizaram várias empresas a efetuar voos aéreos para Madrid, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.
Em 2020, Portugal repatriou mais de 1.200 portugueses, em cinco voos de repatriamento. Três desses voos foram realizados pela TAP.
Os voos tiveram como propósito repatriar portugueses que tinham ficado retidos no país da América Latina devido à pandemia do novo coronavírus.
A Venezuela está desde 13 de março de 2020 em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
A covid-19 provocou pelo menos 5.286.793 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,88 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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