Justiça
“Vendeu-a por 50 mil euros”. 20 anos depois do desaparecimento de Joana Cipriano tio dá entrevista exclusiva
Imagem: DR
Foi a 12 de setembro de 2004 que Joana Cipriano, de apenas 8 anos, desapareceu sem deixar rasto, de Figueira, no concelho de Portimão.
A mãe, Leonor Cipriano, chegou a pedir ajuda para encontrar a menina na comunicação social. Mas mais tarde viria a ser condenada pelo seu homicídio, num caso que chocou o país.
A versão apresentada pela mãe, que já está em liberdade condicional, e pelo seu irmão João, também condenado pelo mesmo crime, era de que a menina tinha ido às compras ao café da aldeia e não tinha regressado.
O tribunal deu como provado que Joana tinha sido brutalmente agredida pela mãe e pelo tio, depois de ter voltado a casa com as compras.
Vizinhas contaram que viram a criança a dirigir-se para a mercearia para comprar duas latas de atum e um pacote de leite. Avistaram Joana na rua, a ir para casa, pelas 20:00.
Apesar de o corpo nunca ter sido encontrado, o acórdão revela que o tribunal reconhece que Leonor e João “espancaram violentamente a pequena Joana”, tendo usado a “sua força desproporcional relativamente à de uma criança de 8 anos”.
A defesa apresentada pelo advogado da mãe de Joana era de que Leonor tinha entregue a filha ao irmão para este a vender.
Esta quinta-feira, 8 de fevereiro, João Cipriano concedeu uma entrevista exclusiva ao “Linha Aberta” da SIC, onde explica: “Quando voltámos para casa do café, já estava um carro preto lá em casa. A minha irmã entrou lá para dentro com a minha sobrinha. A Joana ficou, a Leonor saiu e o carro arrancou […] Ainda a tentei convencer a não o fazer, mas ela disse que não era eu que estava a passar fome mais os filhos”, uma vez que garante que a família “passava fome, viviam todos num quarto, o Leandro (marido), a mãe e 3 filhos”.
“No dia 12, a minha irmã disse que já tinha vendido a miúda a um casal de estrangeiros. Disse-me que ia vender a filha por 50 mil euros. Já estava combinado”, revela.
“Dava-me muito bem com a Joana, ia com ela ao café, comprava-lhe pastilhas, rebuçados”, acrescenta.
As circunstâncias que terão motivado as agressões nunca foram esclarecidas, embora o Ministério Público tenha avançado com uma tese na sua acusação original: a criança teria surpreendido a mãe e o tio a terem relações sexuais quando voltou das compras. A teoria, no entanto, não foi dada como provada.
João afirma que “nunca teve qualquer relação amorosa com a irmã”.
Falou-se também na hipótese de ambos terem esquartejado a criança e de terem dado os restos mortais aos porcos.
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