Desporto
Velocidade espanhola no sprint latino de Castelo Branco
Foi um sprint discutido a alta velocidade no piso empedrado do centro de Castelo Branco que marcou, esta sexta-feira, o final da 8ª etapa da 77ª Volta a Portugal Liberty Seguros. O espanhol Eduard Prades (Caja Rural-Seguros RGA) bateu o português Samuel Caldeira (W52/Quinta da Lixa) e o italiano Davide Vigano (Team Idea 2010 ASD). Desde 2009 que nenhum português consegue vencer nas chegadas à cidade albicastrense.
“Nos últimos 150 metros comecei a aproximar-me do Samuel Caldeira. Apesar de vir um pouco mais atrás, tentei fazer a última curva por dentro e ganhar velocidade. Foi quando apanhei a roda do Caldeira e, nessa altura, consegui ultrapassar”, explicou um sorridente vencedor cumprimentado, tanto pelos espanhóis, companheiros de equipa, como por alguns portugueses, seus anteriores colegas de equipa na formação do Sobrado onde Eduard Prades correu época e meia entre 2013 e 2014.
No 14º lugar, mas com o mesmo tempo do vencedor do dia, o líder, Gustavo Veloso (W52-Quinta da Lixa), voltou a não perder tempo e manteve a Camisola Amarela. Ainda que favorito desde o primeiro dia, e um dos líderes mais consistentes dos últimos anos na Volta, Veloso tem noção que ainda não é altura para comemorar. “Ainda falta o contrarrelógio e a última etapa. A estrada está aí para todos, podem acontecer quedas ou furos. Não me sinto ainda vencedor. Só quando passar a linha da meta, em Lisboa, e ter a certeza que fico com a Amarela é que posso respirar de alívio.”
Depois de um dia de emoções, como só a Torre consegue oferecer, a Guarda, a mais alta das cidades portuguesas, recebeu a partida desta 8ª etapa. Com as temperaturas a rondar os 35 graus, ao longo do dia, as atenções estavam de novo voltadas para os sprinters e a Avenida Nuno Álvares, em Castelo Branco, estava preparada, uma vez mais, para receber uma chegada emocionante, a alta velocidade.
Com duas dezenas de quilómetros percorridos surgiu na frente um grupo de cinco homens. Ao calor da etapa juntava-se a alta velocidade nas primeiras horas com a média a rondar os 45 km / hora, muito em parte devido à equipa de Tavira, responsável pela perseguição. Os algarvios pensavam na chegada e suspiravam pela possibilidade de Manuel Cardoso se estrear a ganhar, este ano, na Volta. Na primeira passagem por Castelo Branco, já com a zona de meta muito animada, o grupo fugitivo ainda rolava unido, mas depois de 160 quilómetros juntos vários elementos começaram a ceder. David de La Fuente (Efapel) foi o último resistente, “engolido” pelo pelotão a cinco quilómetros da meta. O espanhol contentou-se com o Prémio da Combatividade. Com várias equipas a preparar os homens mais rápidos para a derradeira luta assistiu-se a um final de etapa empolgante e a alta velocidade como só este tipo de chegadas é capaz de proporcionar.
Desaparecido do palmarés da Volta a Portugal desde 2000, o “Prémio Kombinado KIA” regressou este ano para coroar o ciclista mais regular em prova. Todos os dias é entregue o respetivo troféu ao vencedor encontrado pelo somatório das diversas classificações – geral individual, montanha e por pontos. O líder da 77ª Volta a Portugal Liberty Seguros, Gustavo Veloso, é o atual detentor do “Kombinado KIA”. O galego é o líder da Classificação Individual e por Pontos e está em terceiro na Montanha.
Recuando na história, o primeiro vencedor do Prémio Combinado, em 1969, foi Fernando Mendes do Benfica. Na lista dos que venceram o Combinado, entre 1969 e 2000, destacam-se os nomes de Joaquim Agostinho e Marco Chagas com quatro vitórias cada um. O último vencedor desta distinção foi José Azevedo, atual diretor desportivo da formação World Tour, Team Katusha.
9ª Etapa – 8 agosto 2015
Praia do Pedrógão – Leiria | 34,2 Km
Partida do 1º Corredor – 14h47
Partida do último corredor – 16h45
Ultrapassado mais um dia a alta velocidade, a penúltima e decisiva etapa da Volta 2015 está a reservada para uma prova de esforço individual entre a Praia do Pedrógão e Leiria. O percurso do contrarrelógio de 34,2 km vai colocar os corredores na margem do rio Lis e a abraçar Monte Real, para depois recuperar o traçado da estrada nacional 109 até ao centro de Leiria.
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