Portugal
“Vamos passar três dias muito complicados em termos de incêndios rurais”
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou hoje o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, na segunda e terça-feira, devido ao risco de incêndio na generalidade do continente.
Numa conferência de imprensa em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, apelou mais uma vez aos cidadãos que colaborem com as autoridades e evitem comportamentos de risco nestes dias, adotando medidas de proteção face a eventuais situações de perigo.
“Vamos passar três dias muito complicados em termos de incêndios rurais”, disse.
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O responsável destacou que os próximos dias terão um risco extremo de incêndio na generalidade do território continental pelo que pediu “tolerância zero ao uso do fogo e adequação dos comportamentos face ao perigo de incêndio rural”.
“Apelamos mais uma vez para que nos ajudem a reduzir o número de ignições. Só assim conseguimos manter os níveis de desempenho do dispositivo”, resumiu.
A ANEPC já iniciou a emissão de avisos à população, através de SMS, sobre o perigo de incêndio rural.
Quem vive em áreas rurais mais suscetíveis de serem afetadas pelo fogo deve adotar “medidas de autoproteção e aqueles lugares ou aldeias que tenham o programa Aldeia Segura Pessoa Segura devem rever as medidas de proteção e os seus planos” de forma a prepararem-se para alguma situação de ameaça.
Além dos 14.000 operacionais já no terreno, o nível de alerta máximo (vermelho) implica o reforço do dispositivo com mais 682 homens em alguns pontos estratégicos.
Após o alerta das entidades de proteção civil, também o Governo declarou Situação de Alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira com medidas excecionais devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
“Esperamos que esta declaração ajude a diminuir o número de ignições”, destacou André Fernandes.
A Situação de Alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais, proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
A Câmara de Sintra, no distrito de Lisboa, já anunciou o encerramento, neste período, do perímetro florestal da Serra de Sintra, assim como o encerramento de parques e monumentos localizados no seu interior, como o Palácio Nacional da pena, o Convento dos Capuchos, o Palácio de Monserrate e a Quinta da Regaleira.
O uso de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos também estão proibidos neste período, incluindo os que já tinham autorizações emitidas.
A declaração de Situação de Alerta pelo Governo prevê ainda a libertação de quem dos bombeiros voluntários para reforço do dispositivo de combate aos fogos.
As circunstâncias meteorológicas que elevam o risco de fogo são as temperaturas elevadas previstas para os próximos dias e o vento quente e seco do quadrante de leste que, nalgumas áreas, será de 30 quilómetros (km) por hora, mas com rajadas que podem ir até aos 70km.
“Estamos também já no final do verão, onde os combustíveis estão já com uma secura considerável”, justificou André Fernandes, realçando que 2024 “é o 6º ano mais severo do ponto de vista da severidade da secura dos combustíveis na média do decénio, o que significa que a situação é deveras complicada”.
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