Segundo o Expresso, a vacina contra a covid-19 da Janssen, do laboratório Johnson & Johnson (J&J), parece ser muito menos eficaz contra a variante Delta do que contra o vírus original, mostra um novo estudo publicado na segunda-feira.
A investigação sugere que as pessoas inoculadas com a vacina da J&J podem precisar de receber uma segunda dose, idealmente de uma das vacinas à base de mRNA feitas pela Pfizer/ BioNTech ou pela Moderna.
As conclusões contrastam com as de estudos mais pequenos publicados pela própria Johnson & Johnson no início deste mês, que apontam que a vacina de dose única é eficaz contra a variante Delta, com uma resposta imunológica que pode durar pelo menos oito meses após a inoculação.
Este novo estudo ainda não foi revisto por pares nem publicado numa revista científica e foi levado a cabo por uma equipa sem vínculos a qualquer um dos fabricantes de vacinas. Os resultados resultam de experiências realizadas com amostras de sangue em laboratório, e podem não refletir o desempenho da vacina no mundo real.
Ainda assim, o estudo está de acordo com a observação de que uma dose única da vacina da AstraZeneca (que tem uma tecnologia semelhante à da vacina da J&J) mostra apenas cerca de 33% de eficácia contra a doença sintomática causada pela variante Delta.
“A mensagem que queremos transmitir não é a de que as pessoas não devem receber a vacina da Johnson & Johnson, mas esperamos que no futuro ela seja reforçada ou com outra dose da J&J ou da Pfizer ou Moderna”, afirmou o investigador que conduziu o estudo, Nathaniel Landau, um virologista da NYU Grossman School of Medicine, nos Estados Unidos, citado pelo “The New York Times”.
A porta-voz da Johnson & Johnson, Seema Kumar, considera que os dados do novo estudo “não falam da natureza completa da proteção imunitária”. Por outro lado, estudos patrocinados pela farmacêutica indicam que a vacina “gerou uma atividade forte e persistente contra a variante Delta de rápida propagação”.
A variante Delta, particularmente contagiosa, é a que domina em Portugal: é responsável por 94,8% dos casos, de acordo com o relatório sobre a diversidade genética do novo coronavírus do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta terça-feira.