Coimbra
Utentes não querem que Bissaya Barreto acabe com Colónia de Férias
Um movimento de utentes, monitores, famílias e funcionários que procuram defender e dar a conhecer a importância da Colónia de Férias da Torreira (CFT) na nossa sociedade, já reagiu à notícia do NDC sobre a decisão da Fundação Bissaya Barreto de encerrar o estabelecimento por onde passam 2500 utentes.
O movimento recorda que a Colónia de Férias da Torreira (CFT) foi construída em 1978 no concelho da Murtosa, na freguesia da Torreira, com o objetivo de proporcionar férias balneares a pessoas portadoras de deficiência e crianças carenciadas, deslocalizadas e com necessidades de apoio social. Nascia, assim, uma resposta no âmbito da promoção nacional para o crescimento desta valência social.
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Em 1996, este tipo de funcionamento sofreu uma restruturação, havendo um alargamento do seu conceito – “resposta social destinada à satisfação de necessidades de lazer e de quebra de rotina, essencial ao equilíbrio físico, psicológico e social dos seus utilizadores”- assim como, a diversificação nas faixas etárias. Surgia então, um espaço de desenvolvimento pedagógico, na defesa pela educação não formal, num ambiente saudável de interajuda e integração social, sem esquecer o respeito pela natureza. Muitas das crianças e jovens que participam nos turnos aprendem regras básicas de higiene e alimentação, a socializar e a respeitar os seus pares.
90% das crianças e jovens participantes são institucionalizados, são acompanhados pelas Comissões de Proteção de Menores, estão em Centros de Acolhimento Temporário ou são acompanhados pelos núcleos locais da Segurança Social. Para eles a CFT representa o único espaço de quebra de rotina, uma vez que já estão privados da sua família, salienta o Movimento de Utentes, que recorda que os turnos para deficientes profundos, são únicos a nível nacional e têm como objetivo proporcionar o descanso das famílias que cuidam diariamente destes utentes.
O Movimento de Utentes afirma que desde 1996 passaram na CFT mais de 50 mil utentes, por isso estranha a decisão de encerramento, que considera “pouco clara e encoberta pelo período de férias da sociedade e revela pouca sensibilidade para uma decisão com grande implicação social, num impacto regional e nacional”
O abandono injustificado de uma valência social (Colónia de Férias) que funciona e é exemplo para todos os utentes, famílias e Instituições, é injusto, imprudente e indigno, conclui o Movimento de Utentes.
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