Cidade
Utentes do Centro de Saúde de Miranda do Corvo fazem vigília e exigem mais médicos
Cerca de uma centena de pessoas participaram hoje numa vigília junto à Unidade de Saúde Familiar de Miranda do Corvo em defesa dos cuidados de saúde e do alargamento do horário de atendimento, que foi reduzido este mês.
Os utentes queixam-se da falta de metade dos médicos do corpo clínico, situação que originou a redução do horário de atendimento das 20:00 para as 17:45 e deixou cerca de 5.000 utentes sem médico de família.
“Foi anunciada a contratação de duas médicas aposentadas para janeiro, mas acontece que cada uma só vai fazer 18 horas, o que, na prática, nem chegam a fazer o horário de um médico”, explicou José Taborda, do Movimento de Utentes do Centro de Saúde de Miranda do Corvo, que organizou a vigília.
Desde o dia 11 de dezembro que a Unidade de Saúde Familiar Trilhos do Dueça reduziu o horário devido “a constrangimentos e falta de recursos humanos”.
A unidade está a funcionar com metade dos seis médicos do corpo clínico, depois de uma médica ter sido agredida no dia 23 de novembro durante uma consulta.
Desde o verão que aquela Unidade de Saúde Familiar funcionava com menos duas médicas, após uma das clínicas se ter transferido para a Lousã e outra ter entrado em licença de maternidade.
Segundo José Taborda, deputado municipal com assento no Conselho da Comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACES PIN), a contratação de duas médicas aposentadas pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) não dá para assegurar um ficheiro clínico.
“É melhor do que nada, mas mesmo assim 3.500 utentes vão continuar sem médico de família”, salientou.
Márcia Simões, outra representante do movimento de utentes, frisou que não é “só a falta de médicos que os preocupa, é também a falta de enfermeiros”.
O serviço de enfermagem também passa por dificuldades, com a falta de duas enfermeiras, uma de atestado médico de longa duração e outra por licença de maternidade, que agravam os acessos a cuidados de saúde programados e preventivos da população do concelho.
“Este Centro de Saúde está num estado calamitoso, com mais de metade dos seus utentes sem acesso a cuidados básicos de saúde. Estamos a defender o Serviço Nacional de Saúde que é universal e tem de ser para todos”, sublinhou Márcia Simões.
Na vigília, interveio também o presidente do município, Miguel Baptista, que considerou o movimento de utentes “muito importante na defesa da saúde a prestar à população”.
“Temos feito uma força enorme para resolver a questão, que é um problema muito grave”, frisou o autarca, para quem o facto de metade dos utentes estar sem médico de família é “algo que não se pode admitir”.
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