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Universidades de Coimbra e Macau criam laboratório sobre envelhecimento cognitivo
A Universidade de Coimbra (UC) criou hoje um laboratório conjunto, com a Universidade de Macau (UM), para estudar o envelhecimento cognitivo e responder às necessidades geradas pelo aumento da esperança de vida.
Após a inauguração, o vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC, João Nuno Calvão da Silva, disse à Lusa que “o envelhecimento demográfico, o aumento da esperança de vida são tudo coisas absolutamente excelentes, mas que geram outro tipo de urgências”.
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De acordo com dados do Censos 2021, o número de pessoas com 64 anos ou mais de idade aumentou 20,6% desde 2011 em Portugal, com mais de 2,4 milhões nesta faixa etária, que representa 23,4% da população.
Em Macau, uma projeção da Direção dos Serviços de Estatística e Censos, divulgada em fevereiro, prevê que o número de idosos ultrapasse o número de jovens já em 2023 e que os residentes com 65 anos ou mais representem 20,9% da população em 2041.
“As universidades de investigação têm dito presente a estas questões e procurado soluções, neste caso com parceiros de excelência”, sublinhou Calvão da Silva, acrescentando que as ciências do cérebro é “uma área de investigação de ponta”, tanto na UM como na UC.
A parceria com Macau, que irá incluir projetos de investigação conjuntos e intercâmbio de investigadores, “gerou um grande entusiasmo na Faculdade de Medicina” da UC, confessou o vice-reitor.
Calvão da Silva destacou a participação de Miguel Castelo Branco, o coordenador do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional da UC, que recebeu em fevereiro o Prémio Bial de Medicina Clínica 2022, no valor de 100 mil euros, por 15 anos de trabalho sobre o autismo.
Antes da inauguração, o vice-reitor para os Assuntos Globais da UM, Rui Martins, revelou que as duas instituições estão “a negociar também uma proposta de doutoramento conjunto” na área das ciências do cérebro, em associação com o novo laboratório.
Além de assinar o acordo de criação do laboratório, Calvão da Silva apresentou a tradução para chinês de um livro, da autoria do pai, sobre o direito ligado ao sinal e contrato-promessa em Portugal.
Rui Martins sublinhou que o livro faz parte de uma série de cerca de 20 traduções que a Faculdade de Direito da UM está a fazer para apoiar o direito em vigor em Macau, que se baseia ainda na legislação portuguesa.
Durante uma visita de dois dias a Macau, Calvão da Silva passou também pela Universidade da Cidade de Macau (CityU, no acrónimo em inglês), na qual abordou um programa de estudos avançados em Relações Económicas Internacionais, com a CityU, em língua inglesa.
A iniciativa foi atrasada pela pandemia de covid-19, mas o vice-reitor da UC disse esperar “que possa ser lançado já para o próximo ano [letivo de 2024/2025] com um número significativo de alunos”.
Calvão da Silva disse que, caso tenha sucesso, o programa pode ser seguido por “outros passos mais importantes” e ser um marco significativo no alargamento da “oferta formativa em inglês” da UC.
O responsável visitou ainda a Universidade Politécnica de Macau (UPM), onde falou sobre um acordo, assinado em agosto, para lançar já este ano letivo um duplo doutoramento em tecnologias de informação.
“Está a ter uma grande adesão”, disse Calvão da Silva, revelando que o número de interessados já ultrapassou o de vagas, que não deverão ultrapassar as 20. “É um notável sucesso numa área importante”, acrescentou.
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