Coimbra

Universidade de Coimbra integra projeto nacional para descobrir novos tratamentos de doenças

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 02-06-2020

A Universidade de Coimbra integra os cerca de 20 institutos nacionais de biologia e química num projeto que visa, entre 2022 e 2023, criar um centro de “alta capacidade” no Porto para descobrir novos alvos genéticos para o tratamento de doenças, foi hoje anunciado.

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O coordenador da plataforma ‘PT-OPENSCREEN: Infraestrutura Nacional para a Química Biológica e Genética’, António Pombinho, explicou hoje que o objetivo do consórcio académico é criar uma “estrutura que possa coordenar os passos iniciais da descoberta de pequenas moléculas e alvos genéticos para o tratamento de doenças”, disse à Lusa.

“Ao contrário da maior parte dos países desenvolvidos, não existe em Portugal uma plataforma com a capacidade de testar diariamente dezenas de milhares de amostras, nos mais diversos ensaios biológicos, na procura de novos compostos químicos com propriedades terapêuticas”, disse o investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S).

Cientes dessa “necessidade”, em janeiro de 2018, vários representantes de instituições nacionais criaram o PT-OPENSCREEN, projeto que integra agora 20 instituições académicas do Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Madeira e Açores que já desenvolvem trabalho na área da química orgânica e medicinal e dos rastreios químicos e genéticos.

Segundo António Pombinho, o próximo objetivo do PT-OPENSCREEN é criar um centro de ‘screening’ de alta capacidade no i3S, estando previsto o início das operações entre 2022 e 2023, sendo que a criação está “dependente da abertura de concursos para financiamento de equipamentos e recursos humanos” por parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

À Lusa, António Pombinho avançou que nesse centro de alta capacidade será desenvolvido trabalho de miniaturização de amostras e automatização de testes, o que permitirá “realizar dezenas de milhares de testes por dia”.

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“O sistema será idealmente desenhado para ensaios celulares e bioquímicos, mas também para ser bastante flexível para adaptar a outros tipos de testes caso as circunstâncias e as necessidades o requeiram”, referiu, adiantando que o centro poderá levar “à construção de uma biblioteca nacional de compostos químicos únicos e de elevada qualidade”.

O PT-OPENSCREEN passou, recentemente, a integrar o Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação e Interesse Estratégico (RNIE), concurso lançado, em 2013, pela FCT para mapear, avaliar e identificar áreas prioritárias de interesse nacional e que já integra 40 infraestruturas nacionais.

Para António Pombinho, esta integração serve “apenas como reconhecimento da necessidade em desenvolver uma estrutura organizada na área da descoberta de novas drogas com impacto positivo para a investigação académica, tecido empresarial nas áreas biotecnológicas e farmacêuticas e sociedade em geral”.

Paralelamente, o projeto pretende também coordenar a integração de Portugal na infraestrutura europeia EU-OPENSCREEN, o que dará acesso à participação de projetos internacionais e à biblioteca europeia de mais de 140 mil compostos para rastreio.

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