Universidade
Universidade de Coimbra cria novos materiais sustentáveis para a indústria automóvel
Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em colaboração com a empresa TMG Automotive, está a desenvolver novos produtos com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis para aplicação na indústria automóvel.
Estas atividades têm vindo a ser desenvolvidas no âmbito do projeto “DeVOC – Novos produtos plastificados funcionais, mais verdes e sustentáveis, à base de PVC, e com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis (VOCs)”, liderado pela TMG Automotive em co-promoção com o Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), do DEQ.
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Tal como o nome indica, «o principal objetivo deste projeto é desenvolver processos inovadores, tendo por base o uso de matérias-primas mais sustentáveis e de processos mais verdes e seguros, que permitam a obtenção de materiais plastificados com baixas emissões de compostos orgânicos voláteis, os chamados VOCs, que são responsáveis por aquilo a que, normalmente, associamos ao “cheiro a carro novo”», especifica Hermínio Sousa, o responsável pelo projeto na FCTUC.
Portanto, prossegue o docente do DEQ, «o foco é reduzir o total destas emissões em cerca de 25%, bem como reduzir ao mínimo a emissão de certos VOCs específicos, que são considerados pela indústria e pelos consumidores como sendo os principais responsáveis por alguns dos odores mais indesejáveis e desagradáveis».
Assim, «esta redução é perfeitamente justificada por questões relacionadas à perceção sensorial dos consumidores em termos dos odores emitidos e da qualidade do ar interior nos veículos automóveis», esclarecem os investigadores.
Segundo a equipa da FCTUC, devido aos resultados promissores obtidos até então, ainda não podem ser revelados publicamente muitos detalhes sobre as abordagens inovadoras utilizadas. «Neste momento, estamos a tratar de várias questões relacionadas com a proteção da propriedade industrial criada neste projeto. No entanto, podemos revelar que conseguimos obter reduções globais de emissões de VOCs que variam entre 10 a 40% e, em alguns compostos voláteis específicos, responsáveis pelos odores mais indesejáveis, estamos a conseguir também reduções muito significativas», assegura.
«Os resultados estão já consolidados, tanto à escala laboratorial como à escala semi-piloto. Além disso, os mecanismos fundamentais associados a estes resultados estão a ser estudados por simulação molecular, o que é uma abordagem tipicamente inexplorada em projetos de cariz industrial», conclui.
Com anos de experiência em materiais de superfície para interiores de automóveis, a TMG Automotive está cada vez mais consolidada como líder em soluções inovadoras e sustentáveis, atendendo às normas cada vez mais rigorosas do mercado automóvel. De acordo com esta empresa, o crescimento da indústria automobilística na Ásia tem impulsionado a procura por uma melhor qualidade do ar no interior dos veículos, sendo uma preocupação crescente e um verdadeiro desafio para este setor a emissão de VOCs pelos materiais poliméricos existentes no interior do veículo.
As Original Equipment Manufacturers (OEMs) e os fabricantes de componentes, como a TMG, estão empenhadas em reduzir as emissões de VOCs e alcançar a neutralidade olfativa nos interiores dos automóveis, ao mesmo tempo que procuram uma maior sustentabilidade dos seus produtos. Para tal, estão a desenvolver novos processos produtivos e materiais baseados em matérias-primas de base natural e/ou com baixo impacto ambiental, com o objetivo de reduzir a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) dos materiais plastificados, para desta forma, promover a economia circular e proteger o meio ambiente.
Este projeto, financiado pelo Programa Portugal 2020/COMPETE 2020 (Projetos em co-promoção SII&DT – I&D Empresarial), reflete e complementa uma longa e frutífera parceria estratégica entre a TMG Automotive e alguns dos investigadores do CIEPQPF da FCTUC nele envolvidos, nomeadamente Hermínio Sousa, Ana Dias, Pedro Simões e Maria da Graça Rasteiro.
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