Coimbra

Universidade de Coimbra cria ciclo Orphika que alia a música à investigação

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 31-10-2019

A Universidade de Coimbra criou um novo ciclo de música, intitulado “Orphika”, que alia a vertente performativa à investigação e que conta já este ano com a interpretação de peças que estavam “escondidas” na Biblioteca Geral.

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A primeira edição do “Orphika” começa em 08 de novembro e estende-se até 08 de dezembro, agregando dez espetáculos, a que se juntam outros eventos paralelos, numa programação que vai da música barroca à polifónica.

A maioria dos concertos são gratuitos, disse hoje o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC), Delfim Leão, que falava à agência Lusa à margem da conferência de imprensa.

O ciclo começa em 08 de novembro, na Capela de São Miguel, com um concerto do conjunto Cupertinos, dirigido por Luís Toscano, grupo vocal que foi distinguido este ano pela revista Gramophone com um prémio na categoria de Música Antiga.

O grupo está envolvido no projeto da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra “Mundos e Fundos”, que resgata música “que estava em silêncio há centenas de anos”, depositada nos fundos especiais da Biblioteca Geral da UC, explicou Delfim Leão.

No dia 09 de novembro, participa o grupo O Bando de Surunyo, igualmente integrado nesse projeto, que também irá tocar peças que foram restauradas e transcritas a partir desses fundos, provenientes do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, importante polo musical no país nos séculos XVI e XVII.

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Segundo um dos coordenadores do Mundos e Fundos, Paulo Estudante, o projeto arrancou em 2011, tendo, para além de uma componente de investigação científica, um laboratório, onde é experimentada a música que é transcrita.

Nos dois concertos, referiu, haverá peças inéditas que nunca foram tocadas para o público.

Também o grupo espanhol La Folia, associado ao Conservatório de Madrid, que participa no ciclo no dia 20 de novembro, segue “esse perfil de investigação”, apresentando um repertório “de música barroca”, salientou o vice-reitor.

“Estão-se a estudar manuscritos e a digitalizá-los, a transcrevê-los e depois a devolvê-los ao público. Estes manuscritos estavam há dois ou três séculos escondidos nos fundos especiais da biblioteca”, realçou Delfim Leão, considerando que o ciclo pretende sempre associar “a vertente performativa à investigação e à formação”.

O ciclo vai ter lugar em diferentes espaços da cidade, como a Capela de São Miguel da UC, o Teatro Paulo Quintela, o Conservatório de Música de Coimbra, a Biblioteca Joanina ou o Museu Nacional Machado de Castro.

O ciclo encerra com um concerto de natal que junta o Coro Sinfónico Inês de Castro, o Coro Misto da Universidade de Coimbra, o Orfeon e o Coro da Capela, o único espetáculo pago, com um preço único de dez euros por bilhete.

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