A criação de uma tecnologia sustentável para regenerar óleos lubrificantes usados é o objetivo de um projeto que está a ser desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra (UC), anunciou hoje a instituição.
“A ideia é limpar os óleos usados através do uso de dióxido de carbono (CO2) supercrítico e reintroduzi-los no ciclo de vida”, afirmou a coordenadora da investigação, Cecília Santos, num comunicado enviado à agência Lusa pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
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O projeto “Regeneration of used lubricant oil by supercritical CO2 – a process towards circular economy and environmental health (NeWLOife)” foi um dos vencedores da quarta edição dos Prémios Semente de Investigação Científica Interdisciplinar da UC, estando a ser desenvolvido em parceria com a Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados (Sogilub).
Recorrendo ao CO2 libertado por instalações industriais, a equipa da FCTUC pretende “reduzir o elevado impacto ambiental dos óleos lubrificantes usados e criar um produto de alta qualidade capaz de ser reintroduzido no seu ciclo de vida útil”.
“Os óleos lubrificantes usados são altamente poluentes, mas podem ser também um recurso, uma vez que são derivados do petróleo. Ou seja, se tivermos a possibilidade de regenerar eficazmente aquele que já existe em vez de utilizar óleo novo, é naturalmente uma mais-valia”, defendeu Cecília Santos.
A utilização de CO2 como solvente “não só tem o potencial de ser uma tecnologia mais limpa e mais económica, sem produtos secundários, como pode ajudar a capturar dióxido de carbono” de instalações industriais.
“Podemos atingir uma pegada negativa”, sublinhou a investigadora do Departamento de Química da FCTUC.
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Os resultados já obtidos “mostram que esta tecnologia pode trazer vantagens a vários níveis, mas em particular para o meio ambiente, quando comparada com as já existentes”.
“Estão ainda a decorrer alguns estudos ao nível da composição química do óleo regenerado, mas o passo seguinte é a otimização do processo”, de acordo com o comunicado.
“Estamos no ponto do projeto em que já temos evidências de que o processo é viável e tem um bom rendimento. É ainda necessário otimizar, melhorando as condições experimentais para conseguirmos uma maior quantidade de óleo e com melhor qualidade”, adiantou Cecília Santos.
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