Saúde
Universidade de Aveiro cria nova classe de materiais vivos com tecnologia celular
Uma equipa de pesquisa da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu uma tecnologia inovadora que permite a criação de uma nova classe de materiais vivos, capazes de transformar a medicina regenerativa.
A tecnologia, publicada na revista “Nature Materials”, utiliza células modificadas para formar estruturas tridimensionais conhecidas como “géis celulares”, funcionais para a reparação e substituição de órgãos e tecidos.
O grupo de investigação COMPASS, integrado no CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, liderado por João Mano, conseguiu modificar células humanas para se unirem de maneira semelhante a blocos de Lego, formando tecidos adaptáveis a diferentes finalidades médicas.
Esta inovação baseia-se em glicoengenharia celular e utiliza química click bio-ortogonal, uma técnica recentemente premiada com o Nobel de Química em 2022. A tecnologia permite a produção rápida e personalizada de estruturas similares a tecidos humanos, que podem interagir e autorreparar-se, superando as limitações dos materiais não vivos.
A descoberta é especialmente promissora devido à sua simplicidade e escalabilidade, pois não requer meios de cultura complexos ou modificações genéticas. Os pesquisadores destacam que a tecnologia pode ser implementada facilmente em laboratórios, possibilitando a produção em larga escala e a criação de tecidos personalizados para cada paciente.
Com o potencial para revolucionar a medicina regenerativa, esta tecnologia representa um avanço significativo na bioengenharia de tecidos vivos.
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