Coimbra
Universidade, Câmara e Académica esperam que Coimbra seja uma lição na hora do regresso dos estudantes
A Câmara, a Associação Académica e a Universidade de Coimbra estão articuladas na adoção das medidas possíveis para que a cidade seja segura em relação à covid-19 em tempo de aulas, afirmaram hoje responsáveis das duas entidades.
“A chegada a Coimbra de muitos estudantes” nesta época de início do ano letivo, designadamente na Universidade, “aconselha a adoção de medidas para minimizar os riscos [de contágio de covid-19] que todos estamos a correr”, disse hoje o presidente do município, Manuel Machado, durante uma conferência de imprensa, no Salão Nobre da Câmara, em que também participaram o reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, e o presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), Daniel Azenha.
“Nesta situação de contingência, as coisas estão articuladas” entre a Câmara e a Universidade e estão a ser desenvolvidas “ações para que possamos encarar o novo ano letivo com tranquilidade”, afirmou Manuel Machado, alertando, no entanto, que para que “tudo corra bem” são indispensáveis “a responsabilidade e a participação cívica de todos”.
Impõe-se, apelou o autarca, a autoproteção de cada um e a proteção dos outros para que as aulas possam ser presenciais e “o ensino tenha a melhor qualidade para formar cidadãos”, para que “Coimbra seja de facto uma lição”.
A UC é uma universidade de “matriz essencialmente presencial” e a instituição está a aplicar um plano para que, com aulas presencias, seja “um local seguro”, referiu o reitor Amílcar Falcão, considerando que, para que assim seja, “é muito importante também” que as condições de segurança desenvolvidas na cidade resultem da cooperação entre o município e a Universidade.
“A universidade é também marcadamente internacional”, recordou o reitor, salientando que ela continuará, este ano, a ser frequentada por “muitos estudantes internacionais” e que, simultaneamente, terá cerca de dois terços do total dos seus alunos deslocados (oriundos dos mais diferentes países e de todo o território continental e das ilhas).
É necessário, por isso, que os estudantes se mantenham em Coimbra por períodos mais alargados do que habitualmente, para evitar a disseminação do vírus (de Coimbra para fora e/ou no sentido inverso) e para controlar eventuais cadeias de transmissão, apelou o reitor da UC.
“O ensino presencial é fundamental para um ensino de qualidade”, disse Amílcar Falcão, sustentando que “é o futuro dos jovens, portanto, que está em causa”.
“Dentro da Universidade, o controlo é apertado”, garantiu o reitor, destacando, porém, que isso jamais dispensa a absoluta necessidade de que “todos compreendamos que a proteção de cada um é a proteção do coletivo” e de que “os estudantes sejam responsáveis”.
O presidente da AAC acredita “muito no sentido de responsabilidade” e no empenho dos estudantes para que “a Universidade e a cidade sejam espaços seguros”, mas apela para que tenham “permanentemente bom senso”.
“Somos jovens, mas temos responsabilidades” e a situação de pandemia “requer muito sentido de responsabilidade” e “bom senso”, exortou Daniel Azenha.
Adotando uma estratégia que, de algum modo pode ser classificado como ‘sistema de bolhas’, em que cada sala, cada departamento, cada faculdade, cada edifício constitui uma bolha contra a covid-19, o reitor Amílcar Falcão referiu que o plano da UC passa designadamente por medidas como a medição da temperatura dos estudantes, docentes e funcionários antes de entrarem nas instalações e a realização de mais de uma centena de testes por dia na comunidade académica.
Parte dos testes incidem em pessoas selecionadas de forma aleatória, outros serão aplicados, com maior frequência, em áreas mais vulneráveis, como residências estudantis ou na creche e jardim-de-infância da UC (para além das faculdades de medicina e farmácia, nas quais há regras comuns às suas congéneres), exemplificou Amílcar Falcão.
Os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) vão reforçar e ajustar horários de carreiras ao funcionamento da Universidade nesta situação “até ao limite da frota” dos serviços, indicou Manuel Machado, adiantando que será mantida a taxa de ocupação das viaturas até 2/3 da sua capacidade.
A loja móvel dos SMTUC também percorrerá diferentes locais da Universidade, particularmente no período de matrículas – além da inscrição ‘online’, os alunos poderão optar por se matricular presencialmente num espaço criado para o efeito (e com apertadas regras de frequência) no Estádio Universitário – para facilitar a aquisição ou renovação de títulos de viagem, referiu Manuel Machado, indicando que o preço dos passes não sofrerá alteração.
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