Economia
Unidade de embalamento de carnes da Sonae a ser acompanhada para evitar propagação
A unidade que faz a preparação e embalamento de carnes para os supermercados do grupo Sonae, em Santarém, está a ser acompanhada pela delegada de saúde e pela Proteção Civil municipal dada a existência de casos de infeção pela covid-19.
Sem confirmarem o número de casos concretos, que fontes contactadas pela Lusa referem ser superiores às três dezenas de trabalhadores infetados ou sintomáticos e perto de uma centena em quarentena, tanto a empresa como a Proteção Civil distrital asseguram que foram tomadas as medidas que visam a contenção da propagação da doença.
Contactada pela Lusa, a SOHI Meat Solutions – Distribuição de Carnes, S.A. afirma que “tem delineado um sólido plano de contingência, totalmente alinhado com as recomendações das autoridades de saúde e atestado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no sentido de garantir que o nível de risco de propagação entre colegas é de ‘muito baixo risco'”.
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A empresa afirma que “estão identificados alguns casos confirmados e outros suspeitos de covid-19, atualmente em isolamento profilático”, e que, em ligação com a autoridade de saúde, “foram também identificados os contactos próximos que foram igualmente colocados de quarentena”.
“Mantemos a máxima confiança nos responsáveis de todas as equipas para levar a cabo o plano de contingência traçado pela Sonae MC e, assim, protegermos os nossos colaboradores e clientes”, afirma a empresa.
Sublinhando estar “consciente da sua responsabilidade para com o país”, a empresa declara que a sua prioridade é continuar a “#AlimentarPortugal”.
A unidade da SoHi Meat Solutions – Distribuição de Carnes, S.A., instalada na zona industrial de Santarém, emprega cerca de 400 pessoas e é responsável pela preparação e embalamento de carnes de bovino, ovino, caprino e suíno para a rede de supermercados da Sonae.
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém, Miguel Borges, disse à Lusa que a situação está a ser acompanhada tanto pela delegada de saúde como pela Proteção Civil municipal de Santarém, prevendo-se a realização de testes a todos os trabalhadores da unidade, incluindo os que estão a substituir os funcionários em isolamento ou quarentena.
A delegada de Saúde coordenadora da Unidade de Saúde Pública da Lezíria, Helena Ponte e Sousa, afirmou que, desde o aparecimento do primeiro caso confirmado, em 31 de março, o Serviço de Medicina do Trabalho da empresa reportou todos os casos, o último dos quais no passado dia 22.
Desde o início, os delegados de saúde têm procedido à pesquisa dos contactos de alto risco dos casos confirmados, garantido a respetiva vigilância ativa e o isolamento profilático de 14 dias, além de terem feito a verificação das condições de higienização, desinfeção e de utilização de equipamentos de proteção individual e de estar a ser programada a realização de testes diagnósticos aos trabalhadores, declarou.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, afirmou que a Proteção Civil municipal tem estado a acompanhar de perto a situação, tendo a última visita ao local decorrido na terça-feira.
Segundo o autarca, foram feitas algumas recomendações adicionais, nomeadamente em relação aos trabalhadores colocados por empresas de trabalho temporário.
Ricardo Gonçalves salientou que a situação tem sido acompanhada desde o início pela delegada de saúde e que a empresa seguiu todas as medidas de mitigação que foram propostas.
Em comunicado divulgado na terça-feira, a SOHI afirma estar certificada em termos de segurança alimentar e qualidade ambiental, sendo já norma a limpeza e desinfeção diária das suas instalações.
Com o surgimento de casos de infeção pelo novo coronavírus, a empresa adotou “mais de 80 medidas adicionais”, entre as quais o reforço da limpeza, a medição de temperatura dos trabalhadores à entrada e à saída, o uso generalizado de máscaras e viseiras, e o aumento do número de autocarros e alteração da sua capacidade, sendo estes veículos de transporte dos trabalhadores higienizados diariamente e o uso de máscara obrigatório no seu interior.
A empresa refere ainda a colocação de sinalética no interior da fábrica para limitar o número de trabalhadores em locais como os balneários e as áreas sociais, inexistência de partilha de equipamentos, desfasamento de turnos e desinfeção de ferramentas, entre outras medidas.
Na resposta enviada hoje à Lusa, a SOHI especifica que sempre que surge um caso suspeito ou quando é confirmada a infeção pela covid-19 o trabalhador é afastado das instalações, sendo “imediatamente contactada a DGS”, que, “a partir desse momento, orienta toda a atuação da empresa”.
“Paralelamente a empresa procede à limpeza/desinfeção da área”, acrescenta.
Miguel Borges realçou o facto de a situação estar a ser acompanhada em permanência pela autoridade de saúde, pela Proteção Civil municipal e pelo departamento de higiene e medicina no trabalho da empresa.
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