Opinião

“Uma questão de lugares”

Opinião | Amadeu Araújo | Amadeu Araújo | 2 dias atrás em 29-03-2025

Uma questão de lugares, precisamos de voltar a ter 250 deputados, os 230 não chegam que faltam nomes para tão curtas listas. Isto dito por um líder tem o seu engodo. E, contudo, há outros lugares. Cimeiros.

Poiares e o Entroncamento de Poiares fazem parte da minha geografia laboral. E sim, já por lá passo desde que a Proteção Civil ali teve um centro de coordenação que, creio, logo depois marchou para Coimbra. Seja. A terra tem potencial na indústria, quando comecei a ter dois empregos carregava ali o furgão, mais o kartódromo e toda aquela urbanização recente. E tenho lá Amigo, Camarada e Comandante. A ingratidão não me pesa, e lidei durante anos, em termos duplamente profissionais, com o Comandante. O Neves dos Santos nos diria desses dias do fogo. Adiante. Sigo a política da terra e as lides do Facebook, preocupado com o Baptismo e o Crisma, sabemos que os monárquicos não dançam com populares, assim bailam dois, três lá nos Açores e nós vivendo com a cabeça entre as orelhas e pousada nos ombros, a ver a Nacional 2. E com essa certeza “não há lugares” nas listas. E disso nos contam.

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O que gosto mesmo não é dos videirinhos, é da falta de coerência. Um exemplo? Vejam governo e partidos usam a rede social X, para botar faladura oficial. Nada de comunicação institucional, o povo quer circo.

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E nisto volto a Poiares onde o presidente da concelhia social-democrata e líder da bancada desse partido na Assembleia Municipal, Miguel Soares, é o candidato do PSD à liderança da Câmara de Vila Nova de Poiares. Nisto, entre a casa de Espinho e o apartamento de Lisboa, até me espanto com um antigo deputado socialista que está envolvido em comissões imobiliárias pagas pela venda da sede da FPF.

Lugares. Estes videirinhos, que fazem da política ganha-pão, precisavam ter ido a Seia, onde a neta de Afonso Costa constatou que “foi a primeira vez” que ouviu “elogios ao avô”.

Ora Afonso Augusto da Costa entrou no Parlamento na sequência eleições gerais de 1900. Advogado e docente, foi membro da Maçonaria desde 1905. Esse sacrossanto baú de candidatos. E eu a pensar na primeira república, de foices e varapaus a meter o país na linha.

A neta do político da Primeira República falava no dia em que a Câmara Municipal de Seia, no distrito da Guarda, inaugurou um centro de estudos, numa antiga escola primária que Afonso Costa mandou construir e que já tinha o seu nome.

É bom estudar, perceber que a carga fiscal em Portugal registou um ligeiro aumento em 2024, passando de 35,6% para 35,7% do PIB, após ter recuado em 2023.

Se estivesse em Melo, é no concelho de Gouveia, portanto, Gouveia e Melo, que por acaso é terra de Vergílio Ferreira, citava o Escritor e diria “O contrário do pessimismo raramente é o otimismo”.

Mas ainda nos pregam com habitação, educação e formação. Pois, já o escutava no almirantado, “não temos de ser pobres”. Defendem todos menos impostos e não têm uma ideia de país nem de reforma na administração pública.

Mas gostei da frase, a criação de um “ecossistema institucional fiável”. Isto não vai acabar bem. Desde que haja lugares.

OPINIÃO | AMADEU ARAÚJO – JORNALISTA

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