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Ucrânia anuncia retirada de milhares de civis das zonas inundadas
A Ucrânia anunciou hoje que vai retirar 17.000 civis das zonas inundadas em torno da barragem de Kakhovka (sul), parcialmente destruída esta terça-feira por uma explosão, cuja autoria gerou trocas de acusações entre Kiev e Moscovo.
“Mais de 40.000 pessoas arriscam-se a ficar em zonas inundadas. As autoridades ucranianas retiram mais de 17.000 pessoas. Infelizmente, mais de 25.000 civis encontram-se em território sob controlo russo”, indicou o procurador-geral ucraniano, Andriï Kostine, na rede social Twitter.
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As autoridades separatistas locais fiéis a Moscovo anunciaram, por sua vez, que iniciaram a retirada dos habitantes de três localidades.
Até às 15:00 locais (13:00 em Lisboa), o serviço de emergências da Ucrânia tinha confirmado a retirada de 1.300 pessoas, prevendo-se um aumento substancial pelo facto de cerca de 80 localidades terem sido afetadas pela subida do nível da água do rio Dniepre.
Numa primeira reação, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou hoje que “o mundo deve reagir” na sequência da destruição parcial da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, que Kiev atribui a Moscovo e que a Rússia nega categoricamente.
“O mundo deve reagir. A Rússia está em guerra contra a vida, contra a natureza, contra a civilização”, indicou o chefe de Estado ucraniano, na rede social Telegram, acusando os russos de terem minado a barragem antes de a fazerem “explodir”.
Ainda do lado ucraniano, o comandante das Forças Conjuntas das Forças Armadas da Ucrânia, tenente-general Serhi Naev, afirmou hoje que o alto comando tinha “previsto” que a Rússia poderia levar a cabo “ações hostis”, como a explosão da barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, e como tal as suas consequências não irão afetar uma eventual resposta militar de Kiev.
“O comando militar previu antecipadamente ações hostis, incluindo as destinadas a destruir a central hidroelétrica de Kakhovka. Temos cálculos sobre os danos que poderiam resultar de uma fuga de água”, disse Serhi Naev, numa entrevista à agência noticiosa estatal Ukrinform.
Nas mesmas declarações, Serhi Naev referiu que já estão a ser tomadas medidas em conjunto com as autoridades das localidades afetadas para garantir a segurança da população civil e que, em princípio, as consequências deste ataque não deverão afetar as operações em curso na região.
Numa reação à explosão, Moscovo denunciou um ato de “sabotagem deliberada” de Kiev, considerando que um dos objetivos da Ucrânia consiste em “privar a Crimeia de água”, uma península ucraniana anexada em 2014 pela Rússia.
“Trata-se inequivocamente de um ato de sabotagem deliberada por parte dos ucranianos, que foi planeado e executado sob as ordens de Kiev”, disse o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov.
A barragem de Kakhovka, construída no rio Dniepre na década de 1950 e capturada no início da ofensiva russa na Ucrânia em 2022, é crucial para o abastecimento de água à Crimeia.
O conflito armado na Ucrânia, iniciado com a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
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