Coimbra

Trio confessa envolvimento em confronto com jovem que morreu depois de ter “levado carga de porrada”

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 11-09-2018

O Tribunal de Coimbra começou a julgar nestes terça-feira três homens acusados de ofensas à integridade física que levaram à morte de um jovem, numa rixa, na Feira do Ano, em Montemor-o-Velho, em setembro de 2016.

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A sessão decorreu apenas durante a tarde, porque durante a manhã registaram-se vários cortes de energia no Palácio da Justiça, o que impediu a realização de julgamentos.

Um guarda prisional, residente em São João do Campo, um mecânico industrial de Pereira do Campo e um Serralheiro Civil, de Montemor-o-Velho estão envolvido nas agressões que acabaram por levar à morte do jovem Leonardo Queda, na madrugada de 4 de setembro de 2016.

Segundo o Ministério Público, as agressões começaram na madrugada daquele dia, quando Leonardo Queda, de 18 anos, frequentava a zona dos bares e o próprio “ou um dos amigos que acompanhava, derrubou um copo de cerveja”, que atingiu a namorada do mecânico Edgar,  de 25 anos, residente em Pereira do Campo, que também é arguido.

Ainda de acordo com o Ministério Público, de imediato, o jovem terá apertado com força o pescoço de Leonardo, ao mesmo tempo que com a outra mão lhe terá desferido vários socos na cabeça.

Na sequência  segundo a acusação, “sem que nada o fizesse prever”, o guarda prisional  João terá agarrado a vítima pelo pescoço, colocando-a “de seguida por baixo da axila esquerda, imobilizando-o, enquanto lhe desferiu vários socos na cabeça, com força”, refere a acusação.

Ao mesmo tempo, Edgar e João, de 35 anos, terão desferido “diversos murros em várias zonas do corpo e na cabeça de Leonardo Queda, sem que este conseguisse reagir”, acusa o Ministério Público, sublinhando que os três indivíduos tinham “uma estrutura física forte”.

Hoje, no Tribunal de Coimbra, os 3 arguidos admitiram que, de uma forma ou de outra, participaram na zagarata.

Um confessou que deu “um murro ou uma estalada”, outro que “deu dois ou três murros” e outro que apenas quis “manietar”.

Os arguidos, com mais ou menos arrependimento, fizeram passar a imagem que não agiram de forma concertada, ideia que é contrariado por testemunhas e pela acusação.

Recordamos que após o sucedido, Leonardo Queda abandonou o recinto, queixou-se de fortes dores de cabeça no regresso a casa em Santo Varão e acabou por vomitar, ainda na viagem.

Às 08:00, a mãe encontrou o filho inconsciente, “apresentando escorrência sanguinolenta proveniente da boca”, tendo acabado por ser confirmado o óbito às 09:25, refere o Ministério Público.

A morte de Leonardo Queda foi devida a lesões traumáticas cranioencefálicas e meningomedulares”, conclui a acusação, frisando que as agressões alegadamente levadas a cabo pelos três arguidos foram a causa da morte do jovem de 18 anos.

Os três arguidos respondem por um crime, em coautoria, de ofensa à integridade física qualificada, agravada pelo resultado.

O julgamento prossegue no final deste mês.

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