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Três unidades de saúde de Ovar fechadas por falta de condições para circuitos limpos


Em causa estão três espaços nesse território do distrito de Aveiro, todos geridos pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga (ACES BV) e sob tutela da Administração Regional de Saúde do Centro: a Unidade de Saúde Familiar (USF) Alpha, na freguesia de São Vicente Pereira; o polo da USF Laços, na de Arada; e a USF João Semana, no Furadouro, em Ovar.
Fonte oficial do ACES BE afirmou à Lusa que essas estruturas “estão encerradas provisoriamente”, porque o retomar da atividade assistencial normal pressupõe a adoção de medidas sanitárias rigorosas e, atualmente, “nessas unidades não é possível criar circuitos distintos para utentes, profissionais e resíduos hospitalares, nem assegurar condições de segurança em salas de espera e espaços envolventes”.
Ainda segundo a direção do agrupamento, o fecho dessas unidades “não representa mudanças” para os respetivos utentes porque “grande parte da atividade assistencial já é prestada nas sedes das USF de Ovar, Cortegaça e Válega” – sendo que “estão a funcionar normalmente” as restantes estruturas de saúde do concelho, nomeadamente oito centros ou extensões e ainda três unidades funcionais.
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O mesmo acontece com os profissionais de saúde afetos aos espaços cuja atividade foi suspensa: “estão a exercer a sua atividade nas sedes das USF”.
Apesar de já ter sido divulgada localmente alguma informação referindo que o fecho das três referidas unidades seria definitivo, o ACES BV rejeita agora essa hipótese: “Não há intenção de encerrar a título definitivo unidades de saúde no concelho de Ovar. Existe intenção, da parte da Câmara Municipal de Ovar, de requalificar a unidade de Arada”.
Quanto à atividade das estruturas que se mantêm ativas, ainda é recomendado que a população lhes exponha as suas questões por telefone ou e-mail antes de se deslocar presencialmente ao local, mas, sem esclarecer quantos profissionais do concelho estiveram infetados pelo vírus SARS-CoV-2, o ACES BV garante que não há carências de pessoal.
“Essa questão está ultrapassada, uma vez que todos os profissionais que tiveram covid-19 já retomaram as suas funções”, explicou.
Nesse sentido, a direção do agrupamento afirma que a rede de cuidados primários local saberá demonstrar particular sensibilidade para com o contexto “extremamente difícil” gerado pela pandemia: após o contacto com a covid-19, que “deixou vincadas marcas, sobretudo a nível psicológico e económico, a população de Ovar quer regressar à dita normalidade e vai conseguir”, porque “os serviços de saúde retomaram a sua atividade assistencial normal e os profissionais estão atentos às necessidades das pessoas, para as ajudarem nesta fase de recuperação”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.342 pessoas das 31.007 confirmadas como infetadas, e há 18.096 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
O município de Ovar esteve em estado de calamidade pública de 17 de março a 17 de abril, ficando, por isso, sujeito a 31 dias de cerco sanitário com controlo de circulação no território e encerramento da maioria da atividade económica. Esta quarta-feira a autarquia registava um total acumulado de 40 óbitos e 716 infetados com o SARS-CoV-2 entre os seus 55.400 habitantes. Os recuperados eram já 652 e com sintomas ativos estavam apenas 24 pessoas.
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