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Três artistas e um filósofo no laboratório internacional Linha de Fuga em Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 22-03-2022

Os artistas Chrysa Parkinson, Cristian Duarte e Frédéric Gies e o filósofo João Maria André vão coordenar os seminários e as oficinas de intercâmbio de práticas artísticas da edição deste ano do laboratório Linha de Fuga, em Coimbra.

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As candidaturas para participar na terceira edição deste laboratório internacional – que decorrerá entre 16 de setembro e 09 de outubro, dedicada ao tema “As Éticas do Cuidado” -, estão abertas até 22 de abril.

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A curadora do Linha de Fuga, Catarina Saraiva, disse à agência Lusa que Chrysa Parkinson, Cristian Duarte, Frédéric Gies e João Maria André “orientarão os ‘workshops’ e os seminários e também estarão no festival”, que se realiza paralelamente ao laboratório.

“Considerámos que era importante convidarmos artistas que não só trabalham sobre esta questão do cuidado, mas que também, naquilo que é a sua maneira de estar no mundo, têm um cuidado muito grande com tudo o que está à sua volta. Não basta só teorizar que somos cuidadosos, é preciso também praticar o cuidado”, justificou.

Segundo a curadora, serão abordadas “formas muito diferentes de tratar o cuidado”.

Catarina Saraiva explicou que este é um dos temas da investigação do filósofo, enquanto os artistas apresentam “três perspetivas diferentes de pensar o cuidado, com práticas artísticas que depois poderiam até ser passadas para outros setores da sociedade”.

Espaço de experimentação, aprendizagem e partilha de conhecimento coletivo, o laboratório desafia os participantes a olharem para as suas práticas a partir de outras perspetivas.

O artista de dança Thiago Granato, que este ano se junta a Catarina Saraiva na curadoria do festival, considerou que “toda a atenção e cuidado estão no cultivo de um espaço onde os artistas possam reconhecer e situar as suas próprias obras e práticas, num ambiente cada vez mais capaz de sustentar uma cultura crítica e inclusiva em arte”.

Depois de, na última edição, ter sido abordado o tema da democracia, “que foi importante porque, numa época pandémica, houve bastantes limitações à democracia”, a organização do Linha de Fuga começou a pensar que seria importante por o foco em questões vitais para a sua construção.

“Apareceu esta guerra tão perto de nós. Guerras sempre houve muitas, mas, de repente, esta afeta-nos muito diretamente porque está no nosso continente”, afirmou Catarina Saraiva, esclarecendo que o tema desta edição não foi escolhido por causa da guerra, mas sim “por causa de toda a vulnerabilidade” que se sente, seja numa situação de pandemia, seja de guerra.

O laboratório contará com 15 participantes, que serão selecionados entre os candidatos. A convocatória está aberta a profissionais das artes e documentadores, que devem apresentar-se com um trabalho em processo que tenha em consideração o tema em discussão.

“O Linha de Fuga está a criar uma visibilidade a nível nacional e internacional e achamos que vamos ter bastantes candidaturas. Todos os artistas que passaram pelo festival são nossos embaixadores”, frisou a responsável, acrescentando que estiveram cem artistas nas edições anteriores.

Paralelamente ao laboratório, decorrerá o festival, com uma programação de espetáculos, conferências e conversas que será anunciada brevemente.

O Laboratório e Festival Internacional de Criação é uma iniciativa de Linha de Fuga – Associação Cultural e conta com financiamento da Direção-Geral das Artes, em parceria com vários espaços e organizações de Coimbra.

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