Tratamento ocular não invasivo vence concurso promovido pela Universidade de Coimbra
Um tratamento não invasivo que substitui a aplicação de gotas nos olhos e uma tecnologia de reprogramação de células que poderá ajudar pessoas com doenças do sangue foram os grandes vencedores do concurso Arrisca C.
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O projeto InEye venceu o principal prémio do Arrisca C para ideias de negócio, divulgou hoje a organização do concurso nacional, promovido por um conjunto de 16 parceiros e liderado pela Universidade de Coimbra.
O projeto, desenvolvido em Coimbra, consiste num dispositivo esférico, semelhante a uma pequena pérola, que é colocado no interior da pálpebra inferior do olho, substituindo a aplicação de gotas.
O fármaco pode ser libertado durante sete a 300 dias, não havendo desperdício – ao contrário das gotas -, tendo como maior exemplo da sua aplicabilidade o glaucoma, doença que afeta 80 milhões de pacientes no mundo e que implica a autoadministração de gotas oftálmicas.
O prémio Arrisca C para ideia de negócio representa um apoio financeiro de 7.000 euros mais quase 25 mil euros em serviços de consultoria de apoio à elaboração de plano de negócio, apoio no desenvolvimento de identidade gráfica e incubação.
O InEye arrecadou ainda o prémio de melhor ideia de negócio IAPMEI, no valor de 2.500 euros.
Já MIStem, uma tecnologia de reprogramação de células, venceu o prémio de melhor plano de negócio, no valor total de cerca de 55 mil euros (a maioria em serviços de consultoria e de apoio prestados por várias entidades).
A tecnologia, desenvolvida por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNBC), permite reprogramar células, conseguindo mudar a sua entidade, passando “células da pele para células estaminais”, explicou um dos elementos da equipa do MIStem, durante a cerimónia.
O desenvolvimento desta tecnologia poderá ajudar pessoas diagnosticadas com doenças do sangue com indicação clínica para transplante de células estaminais sanguíneas, refere a breve explicação do projeto distribuída pelos jornalistas.
No concurso, foram ainda destacados o Face2CEPH (prémio IEFP), um sistema informático multiplataforma de apoio ao diagnóstico, e o ‘software’ áudio para pós-produção Sound Particles (menção honrosa), entre outros.
O projeto Sunight arrecadou o galardão “Social Ao Centro”, destinado a uma ideia de negócio de empreendedorismo social.
Um dos criadores, Diogo Bhovan, explicou à agência Lusa que o projeto se inspirou no Liter of Light – iniciativa reconhecida pelas Nações Unidas -, em que é acoplada uma garrafa de água cheia ao telhado – com um terço fora e dois terços dentro da habitação -, permitindo, através da refração, espalhar de forma uniforme a luz solar dentro da casa.
O projeto Sunight procura dar uma resposta a esse projeto para o período da noite, criando um dispositivo que pode ser integrado na garrafa e que armazena a luz do sol durante o dia para a poder espalhar à noite, através de um ‘led’ dentro da garrafa de água.
O projeto ainda está em estudo, mas Diogo Bhovan, de Coimbra, estima que o produto final, que pretende distribuir através de organizações não governamentais, custe menos de dez euros e possa durar “sem qualquer tipo de carga quatro a oito horas” por noite.
Na 8.ª edição do Arrisca C concorreram 81 projetos.
Ao longo de oito edições, o Arrisca C contabiliza já 760 mil euros em prémios distribuídos e mais de 20 empresas criadas, revelou a organização, durante a cerimónia de entrega dos galardões, que decorreu hoje ao final da tarde no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.
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