Um casal de trapezistas está a acusar o conhecido empresário de circo Victor Hugo Cardinali de agressões físicas, ameaças de morte e intimidação. O episódio terá ocorrido na passada sexta-feira, durante os preparativos para uma série de espetáculos na Trofa, e terá sido desencadeado depois de um dos artistas informar que precisava de assistência médica.
Vítor Constant, um dos trapezistas envolvidos, relatou ao Jornal de Notícias que, após comunicar que estava com fortes dores nas mãos e cotovelos e que necessitava de ir ao hospital, a situação escalou. Segundo a alegada vítima, o dono do circo terá tentado forçar a entrada na caravana onde o casal vive e trabalha, tendo gritado com eles, bem como expulsado do recinto.
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O confronto agravou-se quando, ao tentarem esclarecer a situação com a responsável pelo contrato de trabalho, Cardinali terá interpelado diretamente a companheira de Vítor. Foi nesse momento que, segundo o trapezista, este foi agredido com um soco no rosto, acabando no chão, ensanguentado. Afirma ainda que um familiar de Cardinali lhe desferiu outro golpe e que o próprio empresário pegou numa pá e o ameaçou de morte, sendo travado por outros elementos da equipa.
Após se refugiarem na caravana, o casal só saiu com a chegada das autoridades e de uma equipa de socorro. Vítor sublinha que as queixas de saúde se devem a cargas horárias muito intensas, com turnos que podiam atingir as 16 horas diárias.
O ambiente descrito pelos artistas é de medo e intimidação. Ambos, de nacionalidade brasileira e com contrato de trabalho até outubro, afirmam que já não se sentiam seguros. Revelam ainda que outros trabalhadores abandonaram o circo recentemente devido a alegados salários em atraso, maus-tratos e falta de condições.
O casal acabou por abandonar a Trofa com receio de represálias e garante que vai apresentar queixa às autoridades.
Contactado pelo JN, Victor Hugo Cardinali recusou pronunciar-se sobre as acusações.
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