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Transparência sobre abusos ajudará à recuperação da confiança na Igreja  

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 26-10-2021

O responsável pelo Opus Dei em Portugal, monsenhor José Rafael Espírito Santo, defende que “o reconhecimento transparente da verdade” ajudará à recuperação da confiança na Igreja, “neste momento ferida” pelos casos de abuso de menores.

O vigário regional do Opus Dei confia que “os bispos portugueses hão de tomar as medidas necessárias e avaliar a oportunidade da investigação sobre o passado” quanto ao abuso de menores no seio da Igreja.

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Para monsenhor José Rafael Espírito Santo, “o reconhecimento transparente da verdade certamente ajuda à recuperação da confiança, que está neste momento ferida”, pelo que recorda as palavras do papa emérito Bento XVI, “na altura em que começou a revelar-se cada vez mais uma questão prioritária: ‘Só a verdade salva’”.

Em entrevista por escrito à agência Lusa, a poucos dias de a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) debater a constituição de uma comissão nacional de coordenação das comissões diocesanas de proteção de menores e adultos vulneráveis que defina critérios e procedimentos comuns às 21 comissões diocesanas, o padre José Rafael Espírito Santo é perentório: “Estamos todos cada vez mais conscientes do efeito devastador e, em grande medida, irreparável que uma experiência de abuso provoca na vítima”.

“É um crime terrível e um pecado gravíssimo, uma enorme traição ao amor de Deus por nós e ao dom do sacerdócio, e por isso pedimos a Deus que cure e conforte as vítimas, atraia à conversão os culpados, e a todos nos ajude a ser proativamente vigilantes”, afirma o vigário regional do Opus Dei, acrescentando que, “como para a Igreja a preocupação pelas vítimas é uma cada vez maior prioridade, é bom tudo o que se faça concretamente para abrir as portas à escuta e acolhimento das pessoas que têm essas feridas profundas dentro de si, e com elas fazer o possível para o reconhecimento da verdade, a reparação dos danos e a reconstrução de vida”.

Para o padre José Rafael Espírito Santo, é também imperioso que se aposte na “formação de todos os que lidam com crianças e jovens em prevenção e cuidado”.

Quanto ao acompanhamento que o Opus Dei em Portugal está a fazer deste tema, tem em vigor um protocolo que dá cumprimento às orientações do Papa Francisco, do Prelado do Opus Dei e da CEP “para a prevenção e investigação destes casos, além de que a Prelatura só presta atendimento pastoral a iniciativas que tenham adotado procedimentos no relacionamento com menores de cuidado e prevenção”.

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“Até ao momento, em Portugal não tivemos nenhuma sinalização relativa ao clero do Opus Dei”, assegura.

O Opus Dei tem em Portugal um Comité Assessor para a questão da proteção de menores, órgão consultivo do vigário regional, composto por cinco pessoas, sendo presidido pelo padre João Paulo Pimentel, da paróquia de Telheiras, em Lisboa, e coordenado pelo advogado Paulo Sousa Pinto, e Fátima Fonseca, especialista em acompanhamento familiar.

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