O Ministério Público arquivou o inquérito à morte de Mariana Santos Cruz, a jovem de 16 anos que perdeu a vida após embater violentamente contra uma porta de vidro na Escola Secundária de Seia, em janeiro de 2024.
A conclusão da investigação aponta para uma causa acidental, sem indícios de crime ou envolvimento de terceiros. No entanto, a decisão está longe de trazer paz à família da adolescente, que continua a recusar a ideia de um simples “acidente”.
Foi ao início da tarde de 11 de janeiro que tudo aconteceu. Após o almoço, Mariana dirigiu-se apressadamente a uma porta que dava acesso às traseiras do Bloco C do estabelecimento de ensino. Julgando que a porta estaria apenas encostada, como seria habitual, empurrou-a com o corpo. Estava afinal trancada. O embate provocou a quebra do vidro, e um estilhaço com cerca de 15 centímetros perfurou-lhe o peito, atingindo o pulmão. Apesar de ter sido socorrida e transportada com urgência ao hospital, Mariana acabaria por não resistir aos ferimentos.
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De acordo com o despacho de arquivamento, “não houve qualquer interferência externa ou intenção da vítima”, sustentando que tudo resultou de uma infeliz coincidência. Ainda assim, a dor da perda permanece viva. “Nenhum de nós superou o que aconteceu. Foi uma tragédia que nos destruiu”, afirma o padrasto da jovem, em declarações ao Correio da Manhã.
As autoridades ouviram testemunhas que estavam presentes no local, incluindo uma colega que seguia atrás de Mariana no momento do impacto. A jovem, em estado de choque, terá gritado “eu matei-a”, temendo que ao tentar agarrar no braço da amiga pudesse ter causado algum dano.
A investigação aponta também para o estado emocional frágil de Mariana. A jovem era acompanhada pela psicóloga escolar desde o ensino básico, devido a episódios de ansiedade, e mostrava sinais de tristeza profunda após a morte da avó materna. No próprio dia da tragédia, terá discutido com a mãe ao telefone, situação que, segundo colegas, a deixou visivelmente abalada.
Apesar do encerramento formal do caso pelo Ministério Público, a dor e as dúvidas persistem no seio familiar. “Continuamos sem respostas que nos tranquilizem”, conclui o padrasto, reafirmando a intenção da família de continuar a lutar por esclarecimentos.
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