Coimbra

Tráfico de droga e violência alarma comerciantes da Baixa de Coimbra

Notícias de Coimbra | 10 meses atrás em 07-02-2024

Tráfico de droga, violência e prostituição. Estes são, apenas, alguns dos problemas assinalados pelos empresários e empresárias da Baixa de Coimbra num mail dirigido a organizações administrativas e de segurança da cidade e a que o Notícias de Coimbra teve avesso.

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Um dos exemplos “flagrantes” ocorre na zona da Rua das Rãs “em frente ao estabelecimento da Taska do Silva”. De acordo com os subscritores, “existe um grupo criminoso que utiliza a entrada deste estabelecimento como sede para operar uma rede de distribuição de droga”.

Para além do tráfico “diariamente a céu aberto, este grupo também é responsável por diversos desacatos e episódios de violência” nesta zona. “No último mês houve episódios em que assistimos a ameaças de morte, confrontos que envolveram lesões graves como por exemplo um individuo que ficou sem um olho e outros 2 individuos que foram gravemente feridos com uma arma branca e inclusive episódios de tiroteios”, referem.

Os empresários recordam que o grupo em causa “não é sempre composto pelos mesmos membros, pois ao longo dos últimos anos tem havido mudanças, possivelmente devido a detenções ocorridas ou a momentos em que houve maior patrulhamento nesta zona”.

De acordo com os signatários, não existem provas “de que o estabelecimento Taska do Silva esteja envolvido com este grupo criminoso, mas não negamos que é estranho este ser o local de paragem destes grupos há já vários anos”. Como tal, acreditam “que uma investigação mais aprofundada seria bem-vinda, ou pelo menos uma chamada de atenção ao proprietário do espaço”.

No mail, os subscritores referem que desde que trabalham na Baixa testemunham “diariamente cenas de tráfico, violência e prostituição”, havendo mesmo quem já tenha sido ameaçado “verbalmente e com armas brancas à saída do local de trabalho”, bem como “colegas nossos foram vítimas de assaltos ou tentativas de assalto”.

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“Percebemos que existem períodos em que estes incidentes são mais frequentes e outros em que o clima melhora, mas infelizmente a melhoria é sempre sazonal e não vislumbramos uma solução definitiva”, afirmam.

Os autores deste mail de desespero lembram ainda que nos últimos meses tiveram conhecimento “de que três empresas decidiram abandonar os seus escritórios na Baixa devido ao clima de insegurança”. Isso leva a que “cerca de 150 pessoas que circulam diariamente por estas ruas estão a mudar os seus escritórios para outra zona da cidade, inclusive uma dessas empresas planeia sair de Coimbra”.

“O que ocorre em frente à Taska do Silva é apenas um exemplo do que se passa diariamente na nossa baixa. Contudo, acreditamos que resolver este problema pode ser um primeiro passo para a limpeza das nossas ruas. Escrevemos este e-mail como um último grito de desespero e pedido de ajuda a todos vós. Pedimos encarecidamente que nos ajudem antes que nós também abandonemos a Baixa da cidade”, referem.

No local, e após conversa com dois comerciantes da zona, são confirmados muitos dos factos relatados nesta mensagem. Um deles, que pediu anonimato, referiu que a rua tem uma câmara de vídeovigilância colocada numa das paredes de um dos edifícios desta rua e que “mesmo assim, fazem tudo às claras”. “Vendem aqui droga como se vendem tremoços”, afirmou.

Este empresário disse que o comércio de estupefacientes começa a ser feito “logo de manhã”, o que leva a que a zona comece a ser “mal frequentada” desde então.

Outro dos comerciantes, que também pediu anonimato por temer represálias, afirmou que, para além da droga, o pior é quando muitos dos frequentadores da zona “bebem demais”, levando a que entrem em confronto com clientes que estão a tomar uma refeição na esplanada de um restaurante nas imediações. “Jogam à bola e, por vezes, ela cai junto dos clientes e chegam mesmo a ser mal educados com eles”, conta.

O Notícias de Coimbra tentou obter um comentário por parte da PSP de Coimbra e da Câmara Municipal de Coimbra relativamente aos factos narrados, mas até ao momento ainda não obteve qualquer tipo de resposta.

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