Crimes

Traficante de droga que abastecia Coimbra diz que não fazia branqueamento de capitais

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 29-01-2020

Um dos 26 acusados de fornecer droga em nove distritos do Norte e Centro, a partir do Bairro do Aleixo, no Porto, admitiu hoje em tribunal parte dos crimes, mas não o de branqueamento de capitais.

O julgamento começou hoje de manhã e prossegue à tarde no tribunal de São João Novo no Porto, sob medidas de segurança reforçadas.

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Wilson, 34 anos, é o único dos 26 arguidos a responder pela alegada prática de branqueamento de capitais, sendo-lhe imputados também os crimes de tráfico de droga agravado e posse ilegal de arma.

Está em prisão preventiva, tal como uma dezena de outros arguidos.

Perante o tribunal de São João Novo, no Porto, Wilson assumiu que começou por frequentar o Bairro do Aleixo enquanto consumidor, comprando haxixe e canábis para consumo próprio, e acabou no tráfico, como angariador e esporádico vendedor de heroína e cocaína.

“Sobre o dinheiro, é mentira o que está na acusação”, sublinhou o arguido, a propósito de uns 27 mil euros encontrados em casa do sogro, que são emigrantes.

“Meu, esse dinheiro não era, de certeza”, insistiu.

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Referindo-se à alegada posse de armas, disse que a arma de ar comprimido encontrada em sua casa era para se “divertir” e que uma soqueira, que também estava na sua residência, era do seu irmão.

Wilson foi um dos poucos arguidos que logo no princípio do julgamento anunciaram a intenção de depor em tribunal.

Outros admitem falar mais tarde e outros ainda optaram pelo silêncio.

Entre os que anunciaram a intenção de se remeter ao silêncio sobre os factos do processo contam-se os irmãos Mónica, de 42 anos, e Tiago, de 35, alegados líderes da rede de tráfico.

Eram os dois, segundo o Ministério Público (MP), que dirigiam o chamado grupo “Falcão”, que faria chegar cocaína, heroína e haxixe a consumidores dos distritos de Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Leiria, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

O grupo agora levado a julgamento foi desmantelado em fevereiro do ano passado, culminando pelo menos dois anos de investigação, numa megaoperação da Divisão de Investigação Criminal da PSP/Porto, que envolveu 300 operacionais.

Os suspeitos atuavam “em rede e de forma hierarquizada” referiram as autoridades, sublinhando a existência de relações familiares entre os “principais intervenientes”.

Na ocasião foram detidas 15 das 26 pessoas agora arguidas e a polícia apreendeu 80 mil euros e mais de 39 mil doses de estupefacientes em 43 buscas domiciliárias, maioritariamente no Bairro do Aleixo, mas também nos bairros da Pasteleira e Pinheiro Torres, todos no Porto, e ainda em Vila Nova de Gaia, em Freamunde, concelho de Paços de Ferreira, e no Estabelecimento Prisional de Custoias, em Matosinhos

Entre outras drogas apreendidas contou-se 3,2 quilos de heroína, 1,3 quilos de cocaína e 210 gramas de haxixe.

Além disso, a PSP confiscou balanças, telemóveis, 100 mil euros, armas, soqueiras e carros de alta cilindrada.

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