Cidade
Trabalhadores dos SMTUC exigem reposição de carreira dos motoristas
Os trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) manifestaram-se hoje em frente à Câmara Municipal pela reposição da carreira de agente único dos motoristas e melhores condições de trabalho.
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“Queremos lembrar ao presidente da autarquia, Manuel Machado, a promessa que nos fez antes das eleições autárquicas e que não cumpriu”, disse à agência Lusa o dirigente sindical Sancho Antunes, que liderava um grupo de várias dezenas de elementos que empunhavam cartazes.
Segundo Sancho Antunes, em 2014 os motoristas que entrassem para os SMTUC ganhavam 734 euros e, posteriormente, por alterações na legislação, os novos admitidos passaram a ganhar 580 euros, como se fosse assistentes operacionais, “desempenhando as mesmas funções e trabalhando as mesmas horas”.
“É uma carreira muito complicada e de responsabilidade, que exige uma formação inicial que custa 5.000 euros e renovação dos certificados de cinco em cinco anos, que implica mais uma despesa de 400 euros, tudo pago por nós”, queixou-se.
De acordo com o dirigente sindical, no país existem 400 motoristas nesta situação, dos quais 280 são em Coimbra, 120 no Barreiro e 80 em Portalegre, uma vez que na Carris (Lisboa) e nos STCP (Porto) recebem 852 e 840 euros, respetivamente.
Sancho Antunes questiona “que diferenças existem entre os motoristas de Coimbra e os de Lisboa e Porto, para os quais foi criada uma legislação própria”.
“São coisas que não se entendem”, sublinhou.
Por outro lado, os trabalhadores dos SMTUC queixam-se de falta de condições de trabalho e de estarem “obrigados a prestar trabalho gratuito” fora do horário para apresentarem as contas dos bilhetes vendidos.
Situação que já motivou à instauração de 25 processos disciplinares devido à recusa de trabalhadores em “apresentarem contas fora do horário de trabalho”.
Confrontado com a manifestação, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, disse que a matéria em questão “só pode ser resolvida pela Assembleia da República”, embora considere injusto a reestruturação da carreira daqueles motoristas.
A Comissão de Trabalhadores dos SMTUC entende que o autarca de Coimbra, que preside também à Associação Nacional de Municípios, já podia ter feito a “pressão suficiente” para que o Conselho de Ministros alterasse a lei.
Até esta situação não se resolver, os trabalhadores anunciaram que vão manifestar-se uma vez por mês à frente da Câmara de Coimbra.
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