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Trabalhadores dos CTT vão entrar em greve

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 15-06-2022

Os trabalhadores dos CTT vão estar em greve esta sexta-feira, reivindicando melhores condições laborais, nomeadamente o aumento dos salários, com um dos sindicatos representativos a lamentar que a empresa se recuse a negociar.

“A empresa não quer dialogar com os trabalhadores e com os sindicatos. Fez um ato de gestão. Sabemos dos lucros e da sua distribuição. Há pessoas, ao fim de 12 anos, ainda a receber o salário mínimo”, afirmou o secretário-geral do Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), José Arsénio, em declarações à Lusa.

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A estrutura sindical, afeta à UGT, lamentou ainda a perda da qualidade do serviço, o que defendeu não ser culpa dos carteiros, embora haja registo de agressões contra estes profissionais.

José Arsénio referiu que a empresa tem dito que os padrões da concessão não estão bem, vincando que “quem mete a concessão a concurso é que mete as condições”.

Assim, sublinhou que o “Governo não fez um bom serviço à população”, acrescentando que o texto da concessão ainda não é conhecido.

“A situação preocupa-nos bastante porque mete em causa o serviço da empresa. O serviço postal universal representa 50% do valor financeiro do grupo”, indicou.

Os trabalhadores afirmam também estar indignados com um aumento de 7,50 euros, “através da aplicação de um ato de gestão”, sem negociar com os sindicatos.

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Por outro lado, não querem fazer horas extraordinárias, que não são remuneradas, e apelam para a revisão dos valores do abono para falhas.

“A UGT tem como princípio o diálogo social e a concertação. Quando tal não é possível, a greve é o único caminho possível para salvaguardar os interesses dos trabalhadores e da população”, concluiu o secretário-geral do SINDETELCO.

Num comunicado hoje divulgado, a Associação Nacional de Responsáveis de Distribuição (ANRED) considerou que esta greve “não resolve qualquer problema, prejudica os portugueses e é oportunista, uma vez que foi convocada para um dia após o feriado nacional e antes do início de um fim de semana”.

A associação notou que, apesar do “continuado contexto de dificuldades”, algumas organizações decidiram convocar a greve geral por discordarem do aumento de 7,50 euros.

Perante o contexto em causa e a “forte quebra” na atividade da empresa, a ANRED disse que os ajustes salariais têm que ser coerentes e efetuados “de forma ponderada”, vincando que a greve é “inoportuna e em nada contribui para os interesses dos trabalhadores”.

A associação assegurou que quer salários justos para os trabalhadores, ressalvando que também defende que isso seja feito de maneira a preservar os postos de trabalho e a sustentabilidade da empresa.

“A ANRED entende que esta greve apenas vai contribuir para a deterioração do serviço postal e da qual qualidade, em nada contribuindo para a preservação dos postos de trabalho e para a sustentabilidade da empresa”, apontou, pedindo a todos os trabalhadores “que digam não a esta greve”.

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