Economia
Trabalhadores da Soporcel voltam a exigir reunião com administração
Trabalhadores da papeleira Soporcel, situada em Lavos, Figueira da Foz, reafirmaram hoje, em plenário, a exigência de uma reunião com a administração da empresa, negada em dezembro, para serem esclarecidos sobre o novo fundo de pensões.
Hoje, durante o plenário que se prolongou por quase quatro horas e que contou com a presença de cerca de 300 trabalhadores da empresa, foi decidido que a comissão sindical vai avançar, de imediato, com novo pedido de reunião, sustentada, entre outros pontos, na alegação de que os funcionários não deram a sua concordância ao novo fundo de pensões.
Por outro lado, a estrutura sindical que representa os trabalhadores da papeleira – a maior empresa do concelho da Figueira da Foz e uma das maiores do país – vai pedir segunda-feira uma reunião “com caráter de urgência” ao Instituto de Seguros de Portugal, entidade que regula a criação de fundos de pensões, disse António Moreira, coordenador da União de Sindicatos de Coimbra.
A 27 de dezembro de 2013, também em plenário, os trabalhadores exigiram a suspensão do processo no novo fundo de pensões e uma reunião com a administração, tendo promovido um abaixo-assinado nesse sentido, que recolheu 454 assinaturas.
De acordo com o sindicalista, a empresa recusou o pedido de reunião, alegando que estava a tratar “diretamente” a questão com os trabalhadores “e não via razões” para receber a estrutura sindical.
“É preciso transparência neste processo e a Soporcel tem tido um comportamento que não ajuda os trabalhadores, que querem tomar uma decisão e estão presos por detalhes que não são do seu conhecimento”, alegou António Moreira.
Grande parte do plenário de hoje foi dedicada a questões técnicas relacionadas com o novo fundo de pensões, a cargo do economista Eugénio Rosa, que fez parte da comissão de acompanhamento da transferência do fundo de pensões da Portugal Telecom para a Caixa Geral de Aposentações.
O economista definiu a questão do novo fundo da Soporcel como “extremamente complexa”, do domínio da engenharia financeira, avisando que a maioria dos trabalhadores “não domina” a questão.
“A empresa, primeiro, tem de explicar no concreto quais os pressupostos [na base do novo fundo] para depois percebermos quais as condições apresentadas. Só depois podemos encontrar elementos para contrapor aos elementos da empresa”, argumentou.
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