Sindicatos

Trabalhadores da Altice Portugal vão estar em greve contra despedimento coletivo

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 20-07-2021

Trabalhadores da Altice irão protestar, esta quarta-feira, contra o despedimento coletivo de mais de 200 pessoas, tendo uma concentração marcada para as 14h30 em frente à sede da empresa, em Picoas, Lisboa.

Apesar “da pandemia e das questões de segurança, que criam limitações, estimamos uma boa presença de pessoas que contestam” o despedimento, não só as pessoas que estão na lista, “que são mais 200”, mas também “da solidariedade dos outros trabalhadores”, afirmou, em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal, Jorge Félix.

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Para quarta-feira, está prevista uma concentração de trabalhadores em Picoas, em frente às instalações da Altice, em Lisboa, pelas 14h30, seguindo depois para os ministérios das Infraestruturas e do Trabalho, respetivamente.

Os sindicatos querem que o primeiro-ministro, António Costa, se pronuncie sobre o despedimento, “dado que a própria Altice se tem pronunciado no sentido de que a responsabilidade destes despedimentos é essencialmente do regulador e da cumplicidade do Governo, nomeadamente do Ministério das Infraestruturas”, prosseguiu o sindicalista.

“Como mete o Governo, os sindicatos da Frente Sindical consideram que estamos perante um despedimento político forçado” resultado de uma “contenda entre as decisões economicistas da empresa e o regulador e o Governo”, salientou.

Por isso, “entendemos que o Governo tem de ter uma palavra, nomeadamente o primeiro-ministro”, reforçou, recordando que foi pedida uma reunião com António Costa, mas que até agora “não foi conseguida”.

O primeiro-ministro “endereçou-nos o ministro do Trabalho e das Infraestruturas e, por isso, dirigimo-nos para estes dois ministérios” na quarta-feira, argumentou Jorge Félix.

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A paralisação foi convocada pelos sindicatos da Frente Sindical.

A greve “começa às 0h”, mas Jorge Félix não espera “um grande impacto”, já que a Altice Portugal é uma empresa muito automatizada, admitindo alguns impactos no atendimento.

A greve é mais “uma questão simbólica de protesto, não tem efeitos nocivos para a população”, referiu.

O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal tem uma reunião marcada com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) na quarta-feira, às 9h30, disse o sindicalista.

Os sindicatos da Frente Sindical e a Comissão de Trabalhadores da Meo exigem que o Governo impeça o despedimento coletivo de 246 trabalhadores.

No início do mês, o secretário de Estado da Segurança Social disse, no Parlamento, que o Governo acompanha o processo de despedimento coletivo na Altice Portugal “de forma próxima” e garantiu que “não deixará de atuar” caso constate violação dos direitos dos trabalhadores.

Na altura, o governante adiantou que a Altice Portugal foi alvo de 269 visitas inspetivas da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) nos últimos seis anos, que originaram 101 contraordenações e coimas de mais de 462 mil euros.

Em 22 de junho, a dona da Meo anunciou que iria avançar com um despedimento coletivo, uma decisão que classificou como “difícil”, mas que se afigura como “indispensável, essencialmente devido ao contexto muito adverso” que se vive no setor das telecomunicações.

A empresa liderada por Alexandre Fonseca elencou “o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G [quinta geração], bem como a má gestão deste dossiê, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor”.

No primeiro trimestre, as receitas da Altice Portugal subiram 5,1% para 549,1 milhões de euros, o investimento cresceu 6,8%, e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 2,8% para 204,3 milhões de euros.

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