Coimbra

Torrão sem paciência para Leal

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 29-09-2014

Dia 29 de setembro (hoje), justamente um ano depois das eleições autárquicas, a reunião ordinária do Executivo municipal de Montemor-o-Velho viveu ainda os efeitos da acesa sessão da Assembleia Municipal, que decorreu na passada sexta-feira.

PUBLICIDADE

publicidade

Logo no início da reunião, o presidente da Câmara, Emílio Torrão, apresentou “o mais veemente protesto” e indignação “pelo que se passou na última Assembleia Municipal”, justificando a saída momentânea por falta de “condições objetivas para permanecer na sala”, preservando, nas palavras do autarca “o debate político com classe, elevação e seriedade”.

PUBLICIDADE

O autarca montemorense referia-se ao abandono da sessão durante a intervenção do deputado municipal, Luís Leal. Em causa esteve a inflamada reação do mesmo perante os resultados financeiros apurados pela Deloitte, em que referiu que não debatia assuntos com “um impreparado, um incompetente e um imbecil”. O registo manteve-se até lhe ser cortada a palavra pelo presidente da Assembleia Municipal, Fernando Ramos.

Classificando a atitude de “péssima e vergonhosa”, Emílio Torrão, na reunião do executivo, lamentou “que não se tenha valorizado o ato de ter regressado à sessão e pedido desculpas aos deputados e aos munícipes”. “Estamos na política com seriedade e elevação, e o que é bem feito tem que ser valorizado”, sob pena do cidadão “deixar de acreditar na política e nos políticos”, reiterou.

Da bancada da coligação “Mais por Montemor”, do PPD-PDS/CDS-PP, Aurélio Rocha, esclareceu: “Podendo eu até concordar [com o abandono momentâneo da sessão], as explicações deviam ter sido lá feitas. É a minha interpretação”.

Por sua vez, o vereador da CDU, Jorge Camarneiro, lembrou que o estudo da Deloitte “podia ter sido mais concreto” e que “o complexo de culpa demostrado pela bancada do PPD-PDS/CDS-PP não ajuda ao debate.” “O que aconteceu foi demasiado mau e a má educação não pode ser justificada no âmbito da divergência política. Temos que analisar os números, os resultados e avaliar os 12 anos de governação”, concluiu.

Respondendo “à intervenção típica da CDU”, o presidente da Câmara sublinhou: “Dizer que o estudo não altera nada é favorecer alguém que não merece ser favorecido. O que mais me preocupava era que se vivia numa ilusão e era preciso que alguém de fora mostrasse as preocupações internas. O que me preocupava eram as contingências que não vinham expressas na contabilidade”. “Na política temos que apresentar soluções e estarei sempre disposto para ouvir as pessoas para se encontrar um caminho”, asseverou Emílio Torrão.

Quanto ao estudo da Deloitte, que o edil considera como “um documento de trabalho precioso”, Emílio Torrão garante ser útil e proveitoso “para começar a fazer a inflexão”. De facto, na reunião de Câmara, o autarca congratulou-se por se estarem “a diminuir os pagamentos em atraso e o passivo global”. “Em dezembro de 2013, o passivo global era de cerca de 6,5 milhões e em agosto de cerca de 5,2 milhões, e isso é um trabalho do atual executivo”, destacou. “Algum dia tinha que aparecer alguém com uma gestão séria para evitar aumentar os passivos”, concluiu.

Na reunião do executivo, o vereador Jorge Camarneiro referiu: “Faz hoje um ano que os eleitores do concelho de Montemor-o-Velho entenderam expressar nas urnas uma significativa derrota à coligação PSD/CDS-PP, retirando-lhe o poder absoluto de 12 anos e a gestão do concelho, que tão mal tratou durante todo esse período, em especial no que se refere à promoção do emprego e da fixação dos nossos jovens e de empresas no nosso território”.

“Hoje parece que só estou a dar respostas, apesar de não tomar as dores de ninguém”, começou por dizer Aurélio Rocha, o vereador da bancada da coligação “Mais por Montemor”, do PPD-PDS/CDS-PP, que avançou: “Com certeza que faz sentido assinalar um ano de governação mas nunca na forma apresentada e com tanta pompa e circunstância”.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE