Saúde

Tomografias podem aumentar o risco de cancro

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 dias atrás em 15-04-2025

Uma investigação recente levanta preocupações sobre os riscos associados às tomografias computadorizadas (TC), sugerindo que este tipo de exame poderá estar relacionado com até 1 em cada 20 diagnósticos de cancro.

O risco é especialmente elevado em crianças pequenas, de acordo com o estudo levado a cabo pela Universidade da Califórnia, publicado na revista JAMA Internal Medicine.

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As tomografias, amplamente utilizadas em hospitais para detetar lesões internas, diagnosticar doenças como cancro, AVC ou fraturas, recorrem a radiação para gerar imagens detalhadas do interior do corpo. Só no Reino Unido, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) realiza cerca de cinco milhões de exames por ano.

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Segundo os investigadores, em 2023, nos Estados Unidos, foram realizados 93 milhões de exames de TC, os quais poderão originar mais de 100 mil novos casos de cancro — um número significativamente superior às estimativas anteriores. Os tipos de cancro mais associados ao excesso de radiação incluem pulmão, cólon, leucemia, bexiga, mama e tiroide.

O risco é particularmente preocupante em bebés, cuja exposição à radiação, mesmo em pequena dose, tem um impacto mais severo. As tomografias abdominais e pélvicas representam a maior ameaça nos adultos, enquanto nas crianças o perigo maior vem dos exames à cabeça.

A comunidade médica, no entanto, sublinha a importância de ponderar riscos e benefícios. Lynda Johnson, especialista em imagem clínica, alerta para a necessidade de uma comunicação clara e equilibrada: “Concentrar-nos apenas nos riscos pode levar à recusa de exames cruciais para a deteção precoce de doenças graves.”

Especialistas defendem que, quando possível, se deve optar por métodos de imagem alternativos, como a ressonância magnética ou o ecografia, que não utilizam radiação ionizante — especialmente no caso de pacientes mais jovens ou quando se prevê a repetição do exame.

Embora o estudo tenha sido conduzido nos EUA, onde a taxa de utilização de TC é superior à do Reino Unido ou de Portugal, levanta um sinal de alerta internacional sobre a necessidade de uso criterioso desta tecnologia. A recomendação dos médicos é clara: os exames devem ser realizados quando prescritos, mas com consciência e avaliação rigorosa da necessidade de cada caso.

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