O Sexo e a Cidade
Todos querem ficar com o Miguel Torga
As Assembleia Distritais (AD) são um órgão do mais ou menos local que poucos conhecem e quase ninguém sabe para que serve. A Troika obrigou o Governo a acabar com elas, mas enquanto não houver uma revisão constitucional, as mesmas apenas podem ser esvaziadas de poderes, um dos quais é o de possuírem património próprio.
Mal comparando, as assembleias distritais são uma espécie de parlamento onde têm assento os presidentes das câmaras municipais ou vereadores que os substituam e dois membros de cada assembleia municipal, devendo um deles ser o respectivo presidente ou o seu substituto e o outro eleito de entre os presidentes de junta de freguesia, que no caso do distrito de Coimbra representa a presença de 51 membros.
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A AD de Coimbra tem vivido numa espécie de clandestinidade mediática, reunindo de vez em quando, longe da vista da comunicação social. Foi o que aconteceu na última sexta-feira, com a dita a reunir na Câmara de Coimbra, o que se revelou uma tarefa ciclóptica. Convocada para as 21:00, apenas teve quórum muito depois das 22:00, com vários presidentes de municípios a chegarem tarde e más horas, como se não fosse nada com eles e ela, mas alguns ainda fizeram pior, não comparecendo nem se fazendo representar.
O Sexo e a Cidade foi espreitar, apesar de Manuel Machado não ter gostado de nos ver por lá, mas como neste caso não tinha poderes para nos fechar as portas dos Paços do Concelho, teve de suportar a nossa presença, devidamente autorizada, nos termos da Lei, pelo presidente da AD, o líder da Assembleia Municipal de Soure, o conhecido João Gouveia, que teve uma postura exemplar ao não importância à “azia” de Manuel Machado, que terá andado durante todo o dia a fazer a rodagem do Audi 6 lá para os lados do Minho e Trás-Os-Montes.
Deu para ver que os autarcas do distrito de Coimbra estão divididos, tudo porque alguns querem herdar tudo e outros não se importam de dividir com os vizinhos. Em causa está valioso património rústico e urbano, onde se destacam o apetecível o Instituto Miguel Torga, o Aeródromo Bissaya Barreto ou o restaurante do Jardim da Manga.
Uns defendem que os bens devem reverter para os concelhos onde se se situam, outros preferem que o dote fique para a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, com as despesas da conversa a fazerem lembrar os encontros de famílias desavindas na hora do parte e reparte..
O que passou durante 3 horas merecia ser transmitido em directo, para que quem vota veja em que o faz, que fizerem de conta que estavam e não estavam, ao ponto de jogarem de acordo com a sua agenda, condicionando o normal funcionamento dos trabalhos.
Sinal menos para a postura de quero, posso e mando de Manuel Machado, o egoísmo de João Mourato e o claro conflito de interesses de Luís Marinho.
Sinal mais para Amândio Torres, Luís Antunes, Pedro Coimbra, João Gouveia, Pedro Coimbra, Luís Matias e António Alves, que demonstram vontade de resolver o que alguns teima em empatar, em nome de interesses de cultos mais ou menos secretos.
Depois de mais de 3 hora de conversa, já passava da uma da manhã quando chegaram à conclusão que ainda não estão preparados para decidirem politicamente quem fica com o quê.
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