Portugal

“Todos os dias nós sentimos o perigo ao utilizarmos a bicicleta”

Notícias de Coimbra | 36 minutos atrás em 19-01-2025

Cerca de meia centena de pessoas pedalaram hoje pelo Porto para dizer que todos os dias sentem o perigo ao utilizar a bicicleta, apesar de ser um meio de transporte ecológico, por causa da falta de sensibilidade dos automobilistas.

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Do Jardim Infante D. Henrique saíram hoje em direção ao Largo do Molhe, no Porto, pessoas que, diariamente, fazem da bicicleta o seu meio de transporte e que, por isso, querem segurança e respeito na estrada para evitar mortes e mais ação por parte dos políticos.

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“Falta, primeiro, sensibilidade das pessoas, falta haver mais formação em relação às distâncias a manter dos ciclistas na estrada e falta as pessoas andarem com mais calma e respeitarem a velocidade dentro das localidades”, disse João Araújo, acompanhado do filho menor a quem incentiva, sempre que possível, a utilizar e a ir para a escola de bicicleta.

Apesar de considerar que todos podem coabitar na estrada, João Araújo, que nas suas deslocações diárias usa a bicicleta e o comboio, assumiu que as estradas não estão desenhadas para quem caminha e para quem pedala, algo que tem de ser resolvido.

Até porque, acrescentou, as pessoas que no seu quotidiano usam a bicicleta não se sentem seguras na estrada.

“Todos os dias nós sentimos o perigo ao utilizarmos a bicicleta, ainda que saibamos que é um meio de transporte saudável e ecológico, e também um desporto que muita gente pratica”, afirmou António Gonçalves da A’Mar Pedalar.

Segundo António Gonçalves, é fundamental criar ciclovias protegidas do trânsito automóvel, sinalização eficaz e reduzir a velocidade dentro das cidades.

“Em estradas e ruas onde há condições, onde há espaço, temos de criar infraestruturas para bicicletas porque o objetivo também é reduzir o trânsito automóvel que é altamente poluente”, atirou.

Na sua opinião, os autarcas falam muito de sustentabilidade e mobilidade, mas na prática há poucas ideias a sair do papel.

A presidente da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBI), Vera Diogo, entendeu que os responsáveis políticos têm sido pouco sensíveis não só para quem se desloca de bicicleta, mas para quem se desloca a pé e para pessoas mais vulneráveis.

“As pessoas de idade e as pessoas com qualquer tipo de limitação de mobilidade estão muito condicionadas no nosso país porque os passeios não têm a largura devida e têm alturas que são difíceis para subir”, apontou.

Para a dirigente, as velocidades praticadas pelos automobilistas não são comportáveis com uma vida saudável e em paz.

No último mês, morreram quatro ciclistas em incidentes rodoviários em Lisboa, Oliveira de Azeméis, Vila Nova de Famalicão e Cantanhede entre os quais o ex-presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral.

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