A segunda edição do Forum LGBTQI + decorre no fim de semana de 1 e 2 de março numa escola de Coimbra.
Promovido pelo Bloco de Esquerda e THE LEFT (Grupo da Esquerda do Parlamento Europeu), o forum decorre na Escola EB 2,3 Martim de Freitas.
Ao longo dos dois dias, vai ser debatido o tema “O orgulho contra o conservadorismo” e contará com a presença de centenas de ativistas, referem os promotores.
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Na manhã de sábado, 1 de março, e depois da abertura de Ana Carolina Gomes e Júlia Mendes, tem lugar o primeiro debate sobre “A extrema-direita e o mito da ideologia de género” com Catarina Martins e Joana Gomes.
Depois do almoço, que será servido na escola, têm lugar quatro conversas sobre os seguintes temas: “Agro Cuír: a luta LGBTQI+ no mundo rural” com Xavier Simão e Pedro Fidalgo; “Desconstruir o género: além do binarismo” com Paula Monteiro (Clube Safo) e Duarte Santos; “Racializar a luta queer” com Lou Loução e Luísa Semedo e “Como combater a gentrificação dos nossos espaços?” com Paulo Jorge Vieira e Gustavo Mourinho.
A partir das 16:00, vao ser debatida a Resistência queer na Palestina com a exibição de dois filmes: “Homecoming Queens”, de Elias Ealkeem, e “Mondial 2010”, de Roy Dib. Hindi Mesleh e Inês Simões (PATH) vão ajudar ao debate.
O primeiro dia de trabalhos encerra com uma festa, a partir das 22:00, no Pharmácia LGBT Club (Praça da República).
No domingo, há espaço durante a manhã (a partir das 11:00) para três conversas. “A deficiência a sair do armário” com Catarina Vitorino e Mara Pieri; “Queer sem idade” com Ana Cristina Santos e Helder Bértolo
(OpusDiversidades) e “O livro é uma arma” com Maria João Vaz e Ana Rita Almeida.
Depois de almoço, que volta a ser servido na escola conimbricense, José Soeiro e Beatriz Realinho debatem o tema “Orgulho Crítico contra o pinkwashing da luta LGBTQI+”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, encerra os trabalhos às 16:00.
Recorde-se que o movimento LGBTQI+, juntamente com o feminista, têm sido reconhecidos como os grandes protagonistas da reação internacional ao crescimento do conservadorismo e da extrema-direita.
O I Fórum LGBTQI+, realizado em 2023, discutiu, em torno de um documento orientador, as estratégias do movimento nas últimas décadas e os desafios presentes e futuros desta luta pela emancipação numa perspetiva anticapitalista.
O II Fórum LGBTQI+ procura aprofundar estas questões, procurando construir um orgulho crítico, interseccional e com consciência de classe.
Em Portugal, há mais de 20 anos que as marchas do orgulho não param de crescer, constituindo o maior e mais descentralizado fenómeno de mobilização coletiva, trazendo às ruas dezenas de pessoas por todo o território.
As marchas têm vindo a articular agendas políticas, conjugando a luta pela liberdade com a luta contra todas as formas de opressão e de exploração. Ao mesmo tempo que são cada vez mais críticas, são também mais festivas, por fazerem da celebração um protesto e da reivindicação uma festa, e por serem uma afirmação coletiva do poder do encontro no espaço público.
Porém, o caráter político e contestatório do Orgulho LGBTQI+ tem-se confrontado com a crescente apropriação das bandeiras de luta por parte do mercado, que tentam destituir o protagonismo político da comunidade.
“É, então, necessária a existência coletiva de uma perspetiva anticapitalista e emancipatória, capaz de fazer frente à lógica liberal, identitária e mercantilista que se tenta apropriar dos nossos espaços”, refere a organização.
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