Coimbra
Teste piloto está a dar negativo. Esperamos que a segunda impressão seja mais positiva que a primeira!
O terceiro concerto teste-piloto em Portugal, na sequência da última fase de desconfinamento, vai decorrer na Praça da Canção, em Coimbra, hoje, dia 8 de maio, com uma plateia em pé de 1.000 pessoas que terão de apresentar um teste antigénio negativo.
A comunicação social também foi obrigada a fazer o teste. Parece-nos óbvio. Nada de exceções. Tolerância zero! O “bicho” continua à solta e pode aparecer nas barbas do poeta Alegre. Os jornalistas que pretendem fazer a cobertura foram “obrigados” a preencher um formulário com os dados pessoais, que remeteram para a Direção Geral da Sáude. Até este ponto, “tudo normal”.
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A “aventura” começa quando nos dirigimos ao improvisado local de testagem. É na área do concerto, no Queimódromo. Por esta altura, não fosse esta maldita pandemia, o recinto estaria a acolher mais uma edição da Queima das Fitas.
A autarquia informou que o teste seria realizado sábado, 8 de maio, entre as 09h00 e as 10h00, no edifício da Praça da Canção, com acesso exclusivamente pedonal pela rampa junto à Ponte de Santa Clara.
Tentamos penetrar pelo lado do antigo posto da BP. Não é por aqui, diz o Polícia Municipal. É do outro lado. Pela rampa junto à Ponte Santa Clara. Entram e fazem o teste na viatura. Cumprimos a ordem.
Mais uma corrida, mais um viagem pelas rotundas desta e de outras encarnações de Manuel Machado. Já estamos na rampa. Tentamos descer de carro. Não pode, diz outro PM, contrariando a ordem do colega. Estacionem a viatura. Depois vão a pé.
Por se ver verdade, argumentamos que há uma pessoa a bordo com dificuldades em movimentar-se. Não há exceções, tem ir pelos seus pés. Coxinhos, dizemos nós.
Haja paciência! Está visto que a PM não faz a mais pálida ideia do que está a fazer. Se calhar pensa que “Briefing” é apenas o nome de um jornal nacional especializado em marketing e publicidade.
Os polícias da prefeitura provaram que estão melhor organizados para a “caça à multa” do que para festas e romarias. No final do dia, vão concluir que estão a usar uma farda demasido pesada para o calor que se faz sentir.
Moral desta história policial: Para a próxima, não iremos de carro, nem a pé, vamos de barco. mesmo que o Basófias continue encalhado.
Voltamos a fazer mais umas rotundas e estacionamos na Praça das Cortes (hoje é à borla). Atravessamos na passadeira. Regressamos à rampa. A sinalização é escassa ou inexistente. Tem de ir para fila, informa o PM. Não vamos! A “bicha” é para o público, que vai fazer os testes às 10:00. A comunicação social foi convocada para as 9:00. Somos meia dúzia de gatos pingados que acredita que as normas e os horários são para cumprir. Pense nisso. O senhor resolveu não dar mais troco e passar a bola para um cavalheiro que nos deixa entrar.
As susposta filas estão mais do que desorganizadas e não estão delimitadas. No fundo, não existem. O pouco povo está espalhado pela Praça da Canção. Sabemos para o que vamos mas não sabemos por onde ir.
Constatamos que o “staff” ainda não “fez o teste”. Vamos ter de esperar. Onde? Não se sabe. Somos “salvos ” por Isabel Worm, a simpática diretora do Convento São Francisco, que nos arranja um cantinho em frente às tendas do check-in. Aguardamos. Perdidos pelos famigerados 15 minutos de atraso académico, perdidos por 2 ou 3. Decidimos esperar pelo lançamento dos foguetes e das canas, não necessariamente por esta ordem.
O serviço de testagem está a cargo da Cruz Vermelha Portuguesa, que, meia hora depois da hora, não está em condições de identicar quem marcou para ser testado. A culpa, bem, a culpa é sempre do sistema. Ou do improviso. Quando vemos meia dúzia de tendas, antevemos que vai dar barraca. Quem quer dar um exemplo público, não pode aparecer com o computador e internet de trazer por casa. Os “esforçados voluntários” não conseguem aceder aos nossos dados enviados para a DGS. Temos de repetir a lenga-lenga. Finalmente, conseguem introduzir o que era para estar online e em troca recebemos uma senha escrita à mão. A simbiose perfeita entre o digital e o analógico. Vitória!
Com o papel na mão, entramos numa área devidamente sinalizada. Não esperamos pela demora. O teste é mesmo rápido. Prova-se que pelo menos um dos jornalistas não é tão incensivel como o pintam. Verdade! Ele ficou tão bem impressionado com a “doutora” e com a atrevida zaragatoa, que se desfez em Lágrimas, o que ainda é mais notável por acontecer numa altura em que a Quinta que os Júdice cederam ao Lucas não serve pequenos almoços grátis ou a pagar.
E o teste? Deu negativo. É uma boa notícia. Pelo menos para quem já não tem idade e paciência para atrasados.
Faltam as credenciais de imprensa, mas isso é para meninos. O velho “jornaleiro” está mais do que preparado para esperar ou não fosse ele um veterano com mais de 30 Queima das Fitas no currículo.
A Câmara mandou dizer que credencial será emitida durante a tarde do dia do concerto, na Zona de Imprensa que estará localizada no edifício de apoio na entrada do recinto do concerto (vulgarmente utilizado como bilheteira).
“Dentro do recinto será definida também uma zona para a imprensa, sendo depois possível circular dentro dos circuitos definidos e cumprindo as indicações da organização, tendo em consideração as regras do plano de contingência” afiança a CMC. A ver vamos!
Quanto ao resto, está tudo normal. Os peregrinos continuam a percorrer os Caminhos de Fátima e o “museu mais pequeno do mundo” continua não passar de “caixote de luxo”. Reciclado!
E agora vamos ao que é oficial: A Câmara Municipal de Coimbra deu conta de que a cidade vai acolher neste dia 8 de maio, sábado, “o terceiro concerto teste-piloto em Portugal, com as atuações de Anaquim, The Twist Connection, Birds are Indie e Portuguese Pedro”.
O evento vai começar às 20:30, na Praça da Canção, e terá uma “plateia em pé de 1.000 pessoas, divididas em grupos de 250, em que o uso da máscara e a apresentação do teste rápido antigénio negativo feito no dia do espetáculo é obrigatório”.
Os bilhetes têm um custo de dois euros e o preço contempla o do teste antigénio à presença do SARS-CoV-2.
Para participar neste teste-piloto – que avaliará a exequibilidade do regresso dos eventos ao ar livre em contexto de pandemia e na sequência da última fase de desconfinamento delineada pelo Governo – os espetadores terão de residir em Portugal, ter entre 18 e 65 anos, não podem pertencer a um dos grupos de cidadãos considerados de risco, ter estado com alguém infetado nos últimos 14 dias ou ter contactos de risco regulares, e não ter estado com pessoas infetadas nos últimos 90 dias.
Na nota, a autarquia ressalvou que apenas as pessoas com um resultado negativo à presença do SARS-CoV-2 poderão assistir ao concerto, mas o valor será reembolsado se não puderem participar.
O concerto programado para Coimbra será o primeiro com 1.000 pessoas em pé.
O primeiro teste-piloto decorreu na quinta-feira, em Braga, com um espetáculo protagonizado pelo humorista Fernando Rocha, que reuniu 400 pessoas (lotação expectável), todas com resultado negativo.
O segundo evento, com o músico Pedro Abrunhosa, decorreu sexta-feira em Braga, com 400 pessoas em pé.
O quarto evento teste-piloto em Portugal, na sequência do processo de desconfinamento e para avaliar a exequibilidade dos espetáculos culturais com público, vai decorrer em Lisboa, no domingo, com um espetáculo de comédia no Campo Pequeno.
O evento, que vai começar às 19:00, vai contar com a presença dos comediantes Nilton, Aldo Lima, Tio Jel, Joana Gama e Mangope, segundo um comunicado divulgado na noite de segunda-feira pela promotora Everything is New.
A autarquia informou que o teste seria realizado sábado, 8 de maio, entre as 09h00 e as 10h00, no edifício da Praça da Canção, com acesso exclusivamente pedonal pela rampa junto à Ponte de Santa Clara.
Opinião de Fernando Moura.
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