Crimes

Tempo corre contra a esperança: Um ano de silêncio desde que a grávida de 7 meses sumiu

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 meses atrás em 03-10-2024

Imagem: Facebook

O caso de Mónica Silva ainda choca e emociona Portugal. Na quinta-feira, 3 de outubro, cumpre-se um ano desde que a grávida da Murtosa desapareceu sem deixar rasto. A família não baixa os braços e garante que “não vai desistir”.

“Foi um ano de muito sofrimento, de muita ansiedade e acima de tudo de muita revolta”, desabafou ao Correio da Manhã Filomena Silva, tia de Mónica.

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A mulher, à data com 33 anos, estava grávida de sete meses. Naquela noite, saiu de casa para tomar café e nunca mais foi vista. Disse aos filhos, de 11 e 14 anos, que não ia demorar, mas nunca conseguiu chegar até eles. Algo lhe bloqueou o caminho.

A família acredita que Fernando Valente era o pai da criança e que o facto de não querer assumir a paternidade terá motivado o crime.

O empresário foi detido um mês depois e é o único arguido e principal suspeito pela morte e desaparecimento. Está em prisão domiciliária, indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação e profanação de cadáver, bem como de aborto agravado.

“Existem duas crianças que continuam a sofrer. Tem sido muito difícil para eles”, confessa a familiar, ao mesmo tempo que aponta o dedo a Fernando Valente.

“O lugar dele é na cadeia. Estou muito revoltada com a Justiça. Por uma multa estive eu com pulseira eletrónica. Depois do que fez, não percebo porque é que passou de preventiva para domiciliária e continua em casa com todas as regalias”, questiona revoltada.

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Familiares e amigos realizaram dezenas de buscas na ria de Aveiro, em terrenos, poços e casas abandonadas. No entanto, nenhuma das pistas surtiu qualquer efeito.

O Tribunal de Instrução Criminal de Aveiro decretou, em maio, a medida de especial complexidade no processo do desaparecimento de Mónica Silva, prolongando o tempo limite para a dedução da acusação de seis para 12 meses.

O prazo termina em meados de novembro pelo que a acusação deverá ser conhecida até lá.

Recorde-se que no início de maio, Sara Silva, gémea de Mónica, foi ouvida várias vezes no Tribunal de Estarreja na qualidade de testemunha. Além de ser irmã, também conhecia bem Fernando Valente.

3 de outubro de 2023. Certamente, uma data que ficará na memória da família Silva da Murtosa. 12 meses de sofrimento sem saber onde está Mónica Silva, de 33 anos e grávida de sete meses. Desapareceu durante o regresso à casa. Teria ido ao café. Ligou ao filho e disse que estava a caminho de casa, mas nunca chegou.

As suspeitas recaíram sobre Fernando Valente que está acusado dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e de aborto agravado. Até porque, o GPS “tramou-o”. O carro do suspeito terá feito paragens na Ria de Aveiro.

Para além disso, foi encontrado numa das casas do suspeito 80 mil euros e foi feita uma limpeza profunda numa das habitações. Bem como, o sangue encontrado em casa e na carrinha .

A família exige justiça e acredita que Mónica Silva já não esteja entre nós. Todos querem uma pista e saber onde está o corpo.

Desde o início que a PJ tem seguido várias pistas. Desde pedreiras, Cuba, covas, entre outros alertas. O primeiro local foi um poço cuja família contratou uma empresa para o limpar.

A família também chegou a ser alvo de burla. “500 euros por Mónica viva”. Foi o pedido de resgate que fizeram à irmã da grávida.

O irmão de Mónica chegou a mergulhar na ria de Aveiro à procura da grávida.

Entretanto também foi descoberta uma irmã ilegítima do ex-namorado da grávida desaparecida. Nunca foi assumida pela família.

Também se descobriu que Fernando Valente, na sua adolescência, envolveu-se num acidente mortal.

A família de Mónica, entretanto, já sujeita a recolha de testes de ADN.

Mensagens trocadas no Facebook entre Mónica e Fernando foram apagadas.

Sara Silva, irmã gémea de Mónica, revela pormenores da relação de Mónica e Fernando Valente: “Queria levá-la para o Dubai”. Garante que Fernando queria encontrar-se com Mónica e Sara.

Mas também apontou um outro suspeito. “Abordaram a minha irmã”. “O homem de Anadia queria saber se ela já tinha abortado”. “Acredito que a minha irmã tenha sido torturada”, afirma.

Esta é a história de como se conheceram, contada por Sara.

Após alguns meses, sabe-se que a família Valente retira câmaras de videovigilância de casa na altura do desaparecimento.

A tia chegou mesmo a afirmar que o corpo podia estar escondido num cemitério.

Filomena Silva recebe fotos de roupa que podiam ser de Mónica.

“Houve uma discussão e depois silêncio”. Uma vizinha relata o que ouviu na noite em que grávida desapareceu.

A gémea da grávida fala sobre uma “birra” que teve com irmã por causa do negócio.

Em fevereiro, a tia de Mónica fica em prisão domiciliária.

No mesmo mês, o pai de Mónica e Sara é condenado por tráfico de droga.

Já em março sabe-se que a mãe da grávida desaparecida e a tia estão de costas voltadas.

O tribunal chama a irmã, Sara Silva.

“Um dia muito triste. Mataram-na”. Dia 28 de maio Mónica faria 34 anos.

Devido à “especial complexidade” deste processo, a investigação acabou por ganhar mais uns meses.

Agora, aguarda-se que a acusação seja deduzida, que faltará cerca de um mês e meio.

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