Região

“Temos que estar vigilantes e fazer força para que o 25 de Abril se mantenha no seu espírito”

Notícias de Coimbra | 7 horas atrás em 27-04-2025

A sessão solene da Assembleia Municipal da Mealhada, comemorativa dos 51 anos do 25 de Abril, colocou a tónica nos perigos que a democracia enfrenta e na necessidade de todos – partidos e cidadãos – participarem ativamente na construção de uma sociedade “que mantenha o espírito do 25 de abril”, “da igualdade e da fraternidade”.

“Temos que estar vigilantes e fazer força para que o 25 de Abril se mantenha no seu espírito”, assim concluiu, Carlos Cabral, presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, após as intervenções das diversas forças políticas na sessão solene da Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril.

Os partidos que compõem a Assembleia Municipal da Mealhada – PCP, PSD, PS e Mais e Melhor Movimento Independente -, o presidente da Câmara da Mealhada António Jorge Franco, e o presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, Carlos Cabral, convergiram na necessidade de proteger a democracia face aos diversos perigos que a mesma enfrenta, apelando para isso, à participação cívica e política dos cidadãos, sem medos, como aconteceu há 51 anos com todos aqueles que fizeram a Revolução.

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Paulo Pratas, do PCP, lembrou “os direitos conquistados – de manifestação, de greve, de organização sindical, o salário mínimo nacional, o Sistema Nacional de Saúde, os avanços na educação -, bem como o papel de relevo do poder local democrático que expressa e assegura o direito do povo a decidir sobre as suas terras e o seu desenvolvimento”, referiu, apelando à luta por melhores condições de vida, devido aos “crescentes perigos de degradação da democracia”.

Também Pedro Semedo, em representação do PSD, recordou o processo da Assembleia Constituinte para afirmar que “a democracia não é só votar, é liberdade de expressão, de participar, separação de poderes democracia e um conjunto de garantias que são sagradas se estivermos num sistema democrático”.

Joana Sá Pereira, do PS, afirmou que “O 25 de Abril foi conquistado e tem que ser defendido todos os dias”. “O povo quando se levanta é mesmo quem mais ordena. Abril é a Liberdade, justiça social, igualdade, solidariedade, humanismo”. E apontou o que falta fazer: “A liberdade é como os cravos, precisa de ser cuidada. Os inimigos da liberdade não usam uniforme, servem-se da bandeira da democracia para corroê-la. Usam a linguagem da democracia para a promover a sua descrença”, afirmou.

André Melo, do Mais e Melhor Movimento Independente, salientou que “mais do celebrar, importa afirmar a vontade de lutar por uma democracia que cresceu e se reforçou, mas está hoje em risco e que tem que ser trabalhada para responder ao novo tempo, que é o nosso.” A luta do nosso tempo político é consolidar a democracia e adaptar as instituições que herdámos à realidade de hoje. Necessitamos partidos políticos sólidos que cumpram a sua função: levar ao poder os mais capazes e com o projeto mais desafiante para os nossos concidadãos”.

Para António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, o momento é de “evocação histórica”, mas também de “reflexão sobre o percurso coletivo que temos vindo a trilhar”. “É, por isso, crucial que as novas gerações conheçam esta história. Que compreendam o valor da liberdade, do direito ao voto, à opinião, à escolha e à diferença. Nenhuma destas conquistas é garantida e todas exigem vigilância e empenho”.

“O 25 de abril não nos entregou um país construído, deu-nos, sim, a liberdade de o construir e essa liberdade exige compromisso, participação e responsabilidade cívica”, afirmou, aludindo aos às eleições que se aproximam e que exigem a participação democrática de todos. “Queremos ser protagonistas do nosso futuro ou deixar que outros decidam por nós? O voto é um instrumento poderoso, pacífico e transformador. Participar é o verdadeiro coração da democracia.

Carlos Cabral, presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, afirmou que “sem democracia é impossível a vida comunitária e a vida de um país”. Recordou o 25 de abril com a participação na guerra colonial e todo o processo de recenseamento para as primeiras eleições livres e igualitárias, e deixou votos de que a paz e a democracia cheguem ao médio oriente e à Europa.

O Papa Francisco esteve, também, presente na sessão solene. O presidente da Assembleia Municipal, Carlos Cabral, pediu um minuto de silêncio pelo falecimento do Sumo Pontífice e afirmou que “o Papa Francisco cabe perfeitamente nos valores de Abril, da igualdade e da fraternidade, e tem, por isso, lugar nas comemorações do 25 de Abril”.

Também Joana Sá Pereira invocou Sua Santidade para afirmar que “a democracia do futuro deve saber governar a incerteza. Todos precisamos uns dos outros, nenhum de nós é uma ilha. É urgente cuidar e proteger a nossa memória histórica face a todas as ameaças que têm surgido e corroídos os pilares da democracia”.

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