Saúde

Tem remédio?

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 15-06-2014

Equipa da Universidade de Coimbra faz mapeamento nacional de fármacos no ambiente. Primeiro estudo revela presença de resíduos de medicamentos em ETARs.

O primeiro estudo integrado nacional para o mapeamento de fármacos no ambiente, a fim de dar cumprimento ao disposto na Diretiva 2013/39/EU, que exige a avaliação dos riscos potenciais para o ambiente dos medicamentos e a implementação de medidas para mitigar danos, realizado por uma equipa de investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), revelou a presença de resíduos de vários medicamentos em águas de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETARs) de Portugal (afluentes e efluentes).

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O grupo farmacoterapêutico detetado em teores mais elevados foi o grupo dos anti-inflamatórios, seguindo-se os antidislipidémicos, os antibióticos e, por último, os ansiolíticos, evidencia o estudo “ECOPHARMAP”, cofinanciado por fundos europeus, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo programa Compete. Durante um ano, os investigadores, coordenados pela especialista do Centro de Estudos Farmacêuticos da UC Angelina Pena, efetuaram a monitorização de 11 fármacos, pertencentes a 4 grupos terapêuticos, em 15 ETARs de Portugal.

«Apesar de se ter observado uma elevada eficiência de remoção para alguns fármacos, os valores foram variáveis entre os grupos terapêuticos e ao longo do ano», afirma Angelina Pena. Os resultados vão ser apresentados e analisados, no próximo dia 18 de junho, no decorrer do seminário “Emerging Pollutants: Environmental and Public Health Concerns”, que terá lugar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).

A iniciativa, que conta com a presença de especialistas nesta área, a nível ibérico, da Agência Portuguesa do Ambiente e do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (INFARMED), entre outros, visa debater «a ocorrência, destino e efeitos ecotoxicológicos de vários contaminantes emergentes, incluindo produtos para cuidados pessoais (PPCPs) e medicamentos, em diferentes sistemas aquáticos, bem como a sua eliminação de águas residuais», explica a investigadora.

Este seminário pretende igualmente «contribuir para o debate e trabalho em rede entre a academia, órgãos reguladores e outras partes interessadas, com vista ao desenvolvimento de possíveis soluções integradas para minimizar o risco», conclui a também docente da Faculdade de Farmácia da UC.

O programa do seminário está disponível em: http://www.uc.pt/ffuc/cef/Events/emerging_polutants/program

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